- Não vou colar, obrigada. Pode pegar se quiser.
- Mas já ajudou tanta gente ser reconhecido e conseguir de forma mais fácil auxílio. Por que você não quer?
- Sou contra qualquer rótulo, o adesivo será a etiqueta do carro, indicando o seu produto interior. No caso, eu. Não quero não.
- Mas e participar de movimentos sociais, de partidos políticos? Você tem idéias articuladas e descreveu procedimentos comuns a estes lugares.
- Anotar perguntas enquanto ouve é só uma questão de produtividade. Todo palestrante tem uma prévia preparação, se você interromper, tirará atenção do público, que se voltará para você. Além disso pode desconcentrar e antecipar o “gran finale” da apresentação. Por outro lado, sem anotar, você fica obrigado a manter o pensamento na pergunta, o que atrapalhará a audição. Quanto menos interrupção, mais cedo a apresentação acaba e mais tempo há para discussão. Isso também ocorre em reuniões de trabalho.
- E no que a participação geraria rótulo?
- Todo lugar, para se estruturar, tem ponto(s) que une(m) seus integrantes. Mas existem também pontos intermediários. Hoje, você pode estar convicto quanto a uma determinado ponto, mas se a vida é constante evolução, você tem que estar sempre ponto a mudar. Além disso, você pode descobrir que o ponto de união era intermediário, não um ponto fundamental. Ou você pode continuar o mesmo e os outros mudarem. Sem associação formal você tem liberdade para frequentar todos os lugares sem se contradizer ou ser rejeitado pelos outros (não que esta seja uma preocupação, mas é fato que há restrições de acesso a quem é rejeitado).
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