terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pub tupiniquim


Estava ali como o bendito fruto, o único entre as mulheres. Bebia e ouvia – mesmo tendo o que falar. Aceitara sentar-se de costas para o movimento, para instruir-se com os comentários femininos. Percebeu que havia bebido demais ao notá-las saindo, cada uma por vez, da mesa. Teria ouvido certo?

 

Se as visse aos pares seria bebida, sim – e nada teria notado – era preciso de uma vez por todas esclarecer: atônito, contrariando tudo que sabia a respeito, confirmou que elas iam sozinhas ao banheiro. Revoltou-se, noites e noites de confabulações a respeito jogadas fora e um enigma a menos para tratar com os amigos, ou teria encontrado um a mais... Em nome da manutenção da amizade, resolveram todos ir dançar.

 

Na pista, tiraram fotos. Algumas do grupo, não todas. Colocar-se desapercebidamente no registro dos outros exige coordenação, rapidez e sintonia. Dane-se o ruído das gargalhadas. Vantagens do anonimato... Em uma das fotos, a funcionária da casa que tentava cruzar a multidão equilibrando copos usados foi parada pelo grupo instantâneo formado à sua frente. Espirituosa, contorceu-se em direção ao celular e sorriu.

 

A banda era muito boa, conversaram o tempo todo comentando isso. Mas cantaram também, os parabéns, entre uma música e outra. Já o DJ não foi unanimidade, serviu de pretexto para formação da fila feminina. Por onde passavam atraiam os olhares, na certeza de que não elas, mas a convicção quanto ao destino previamente combinado, era o assunto deles.