Pub tupiniquim
Estava ali como o bendito fruto, o único entre as mulheres.
Bebia e ouvia – mesmo tendo o que falar. Aceitara sentar-se de costas para o
movimento, para instruir-se com os comentários femininos. Percebeu que havia
bebido demais ao notá-las saindo, cada uma por vez, da mesa. Teria ouvido certo?
Se as visse aos pares seria bebida, sim – e nada teria
notado – era preciso de uma vez por todas esclarecer: atônito, contrariando
tudo que sabia a respeito, confirmou que elas iam sozinhas ao banheiro.
Revoltou-se, noites e noites de confabulações a respeito jogadas fora e um enigma
a menos para tratar com os amigos, ou teria encontrado um a mais... Em nome da
manutenção da amizade, resolveram todos ir dançar.
Na pista, tiraram fotos. Algumas do grupo, não todas.
Colocar-se desapercebidamente no registro dos outros exige coordenação, rapidez
e sintonia. Dane-se o ruído das gargalhadas. Vantagens do anonimato... Em uma
das fotos, a funcionária da casa que tentava cruzar a multidão equilibrando
copos usados foi parada pelo grupo instantâneo formado à sua frente.
Espirituosa, contorceu-se em direção ao celular e sorriu.
A banda era muito boa, conversaram o tempo todo comentando
isso. Mas cantaram também, os parabéns, entre uma música e outra. Já o DJ não
foi unanimidade, serviu de pretexto para formação da fila feminina. Por onde
passavam atraiam os olhares, na certeza de que não elas, mas a convicção quanto
ao destino previamente combinado, era o assunto deles.
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