quarta-feira, 30 de julho de 2014

Legendas III

"Drücken" significa pressione - também serve para impressão no papel. O motivo deste sinal estar aqui? A parte de cima também é para pressionar, mas destinada aos cegos. Ao invés de ouvir que está verde, a parte da flecha treme. A principal diferença fica por conta dos cruzamentos, em que às vezes mais de uma direção são possíveis: nestes - além do botão amarelo - há em cada lado botão com a flecha, de forma que pela vibração é possível compreender qual lado está livre para atravessar. Mesmo no país este modelo não pode ser dito como padrão, só vi em Wurzburg.

Já em outra cidade, o cruzamento segue a vontade do guarda que tem a chave. Vi isso funcionando há alguns anos em La Paz e foi um misto de dó do guarda que precisava cuidar do cruzamento sem piscar e com sol escaldante no lombo, com perplexidade de "atraso" - mais um mito que cai por terra...E aqui não é caixa não é fechada, as flechas à caneta é que informam a direção de cada semáforo (confira pessoalmente, é no cruzamento entre a Ferroviária e a ponte sobre o rio em Heidelberg). 

Em 1996 o vi pela primeira vez. Continuo gostando deste box futurístico. Não vaza uma gota de água, mantém rápido a temperatura mesmo sendo aberto em cima - solução para pequenos espaços, teria em casa certo.
 Só muda o lugar: nesta em outras casinhas muito simpáticas, sempre há uma placa atrapalhando, na única cidade com mapa em português brasileiro as fotos são sempre danificadas pela sinalização. Ah! Essa não conto qual é, mas na Alemanha foi a cidade medieval mais conservada que vi (e na Europa perde para Toledo, só).

 
 Essa placa está na vitrine de uma instituição parecida com o Procon. Vários livros disponíveis, todos pagos, para comprar e levar para casa. Peguei um panfletos e resolvi perguntar...Bem, consulta específica só com hora marcada: 15 Euros a hora. É, aqui o conceito de público é bem diferente: público é o que se pode ter acesso pagando, como banheiro.

Do museu sobre calculadora em Bonn eu ainda não consegui definir como descrevê-lo e qual foto escolher - mas esta era a única calculadora (e diferente das outras) no museu de Nuremberg (antes que perguntem não, não fui ao campo de concentração, já sei que não se deve sair matando pessoas). O método dessa calculadora do século XV é bem simples, as agendas antigas tinham esta tabela. Você liga as colunas com as linhas e descobre o resultado.
Além das horas, este relógio permite, através do globo terrestre (cilindro dourado) saber as horas em qualquer país. Os 3 cilindros prateados medem temperatura, umidade do ar e sensação térmica. 
Esqueça a bicicleta de rodinha, criança alemã tem este andador em forma de bicileta. Vi crianças bem pequenas, talvez com 3 anos, pedalando sem qualquer auxílio na roda de trás. Também faz as vezes de carrinho de mão.

Se é para pagar 2 Euros por meio litro de líquido, que seja algo diferente. Até agora não sei o que bebi, também não recomendo - mas eis aqui o registro. Também não dá para saber se é saudável (só que a produção seguiu padrões ambientais).


 

Pé de moleque daqui. Comprei ao acaso e nunca mais vi. Uvas passas e outras castanhas ao invés de somente amedoim foram um plus.


 

Muita abobrinha? Ok, fim da seção.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Legendas II

Por semanas sempre achei higiênico que os banheiros tivessem álcool gel dentro de cada cabine. A aparência é sempre limpa - mas esqueça o cheiro de produto de limpeza: de longe dá para perceber que no máximo passou água por ali. Percebi minha ingenuidade ao ler a legenda: o álcool é para limpar o WC, caso você queira. Banheiros por aqui merecem  crônica própria - vai ficar para depois. Essa foto foi tirada no de uma galeria chique em Dusseldorf. Sem adiantar as bizarrices, sabe quando se vai em evento público e a criatura que distribui o papel higiênico faz questão de ver se está em ordem antes de te deixar entrar? Nesse da foto tem um funcionário, vestindo roupa social com direito a gravata borboleta, que checa. Ele trabalha com luva cirúrgica e um spray daqueles que dizem perfumar o ambiente. A critério dele, o spray é disparado.

Assim como essas portas, são as janelas. Maçaneta para cima, abre em cima. Se chover, o vidro protege. Maçaneta para o lado, abre total para o lado, ocupa muito espaço do lado de dentro. Maçaneta para baixo, fecha. O vidro é duplo, igual ao que é vendido como anti-ruído no Brasil. Sou fã dessa ventilação só em cima: circula o ar e a correnteza de vento é mínima.  Talvez também ocorresse assim no Brasil. Falo talvez porque no dia em que fez um pouco mais de 20 graus os ambientes que não foram cobertos com cortina para impedir o sol ficaram insuportáveis. O termômetro do meu quarto, por exemplo, marcou 48º. O conforto térmico do frio é excelente, mas o do calor inexiste, tem que deixar a cortina fechada e ficar na rua até o sol se pôr. Como a parede é dupla, há um vão entre a parede externa e a interna, demora para frio e calor entrar. A água da chuva represada no subsolo circula entre as paredes ajudando a esfriá-las. Ar condicionado? Só vi placa no trem avisando que estava quebrado mas estavam providenciando o conserto.


A etiqueta vermelha de "-30%" significa redução no preço devido ao produto estar próximo ao vencimento. Dessa forma, na mesma prateleira há produtos antigos e mais baratos e produtos novos: cada um escolhe o que quer levar. Achei muito boa a solução: um código de barras que calcula o desconto sobre o valor do produto: se aumentar o produto, continua o desconto, se baixar - idem. O que eu não gostei - e agora estou mais criteriosa - foi ter comprado arroz integral (finalmente achei, após meses de procura) com mais de 60 dias de vencido. Isso foi no mercadinho da região, estava sinalizado o desconto, mas não imaginei que já estivesse vencido. No melhor estilo alemão, quando comentei o ocorrido, a reação foi de que talvez as regras tenham mudado - afinal se eu comi e não passei mal melhor que não tenha prejudicado a ambiente. Mas essa forma de reagir deles também merece outra crônica.

 Falando em compras, eis um registro de minha espera pelo trem. Considerando cada sentido, o trem passa de hora em hora. São 35 minutos para ir ao supermercado que fica em frente. Se atrasar, mais uma hora de espera - geralmente é o trem da ida que atrasa, ou a pessoa na sua frente que resolve contar moeda por moeda para facilitar o troco - proporcionando momentos lúdicos como esse, em que se consegue não apenas proteção ao vento com o vidro lateral, como acesso à única mesa e a um dos 2 bancos da estação.

Se fosse ao ar livre, como outras estações menores, seria pior, sem dúvida. É que simplesmente deixar as compras e voltar depois, assim como atravessar na faixa de segurança sem antes certificar-me de que o carro está parado (mesmo já tendo encarado caretas de reprovação) são hábitos aos quais não me acostumo. Todo mundo faz isso por aqui, quem quiser largar uma bomba terá o maior êxito. Mesmo em cidades grandes, como Munique, dá para ver cenas como a do lado, em que o mendigo deixou seu casaco marcando lugar.
 
Dentro da cidade, nada de velocidade. Senão, como você perceberia o que o xis vermelho está tapando? E o tempo de reflexão para compreender do que se trata? Caminhei à volta e nada de rota alternativa. Fazendo a conversão para a esquerda, em 3 quadras, há obras impedindo a passagem. Estou falando de uma cidade com aproximadamente 15 quadras, é provável que as pessoas já saibam que não poderão passar por ali - quem esquecer poderá fazer conversão tanto para direita quanto para esquerda, fiquei sem entender e feliz por não estar dirigindo. Por aqui não tem trem, só ônibus. Neste dia, peguei o horário de saída da escola. Uma graça: a garotada de 10 anos, no máximo, cada um sentado em seu banco, quase sem conversar. Ficam assim durante todo o trajeto voltando para a casa. Em outro dia, uma amiga colocou a compra do supermercado no banco e ficou de pé: foi advertida, pois é preciso dar o exemplo às crianças: quando o ônibus público faz as vezes de ônibus escolar, todos devem sentar.


Essa é a etiqueta tradicional, já tivemos no Brasil e, infelizmente, tem caído no esquecimento: há o preço do produto e o seu cálculo por uma unidade equivalente, para ficar mais fácil de verificar o que é mais barato (na foto, 1 litro custa 0,13 e em todas as diferentes etiquetas de preço de água mineral haverá o valor de 1 litro). A particularidade aqui é ser o caso "pfand" mais caro do que o produto em si. Retornando com a embalagem em qualquer supermercado é possível pegar os 25 centavos de volta, como já foi o casco de vidro. Aqui a água mineral é sinalizada ao contrário: tampa vermelha é sem gás, tampa azul com gás.


O pão nem é tão gostoso, há outros bem melhores, mas não resisti à experiência de usar a fatiadora. Enquanto em alguns lugares você aperta no botão ao lado da foto e o pão despenca na sua frente, aqui você escolhe na vitrine e, se quiser, antes de colocar na embalagem, coloca nessa máquina. São 3 grossuras de fatias e pode cortar também na horizontal. Quando acaba a função você pega com a mão e coloca nessa bandeja auxiliar, é dificil colocar direto da máquina dentro do saco.
 
Esse é o típico exemplo de "esqueça a aparência, o importante é o conteúdo e o prazer que proporciona". Não faço questão de doce, muito menos de cheesecake. Quando cheguei, esqueci que tudo fecha aos domingos e me vi sem comida. Aí descobri em uma das cidades da região, uma padaria aberta. Comprei um pedaço de cada variedade disponível. Foi assim que descobri este "Käse Küchen". Outro dia percebi que em breve ficarei sem, peguei o trem só para ter acesso a mais um pedaço, mas não tinha. Perdi a viagem. A fatia custa 2,20 - um pouco mais do que a média local - e vale cada centavo.