Por semanas sempre achei higiênico que os banheiros tivessem álcool gel dentro de cada cabine. A aparência é sempre limpa - mas esqueça o cheiro de produto de limpeza: de longe dá para perceber que no máximo passou água por ali. Percebi minha ingenuidade ao ler a legenda: o álcool é para limpar o WC, caso você queira. Banheiros por aqui merecem crônica própria - vai ficar para depois. Essa foto foi tirada no de uma galeria chique em Dusseldorf. Sem adiantar as bizarrices, sabe quando se vai em evento público e a criatura que distribui o papel higiênico faz questão de ver se está em ordem antes de te deixar entrar? Nesse da foto tem um funcionário, vestindo roupa social com direito a gravata borboleta, que checa. Ele trabalha com luva cirúrgica e um spray daqueles que dizem perfumar o ambiente. A critério dele, o spray é disparado.
Assim como essas portas, são as janelas. Maçaneta para cima, abre em cima. Se chover, o vidro protege. Maçaneta para o lado, abre total para o lado, ocupa muito espaço do lado de dentro. Maçaneta para baixo, fecha. O vidro é duplo, igual ao que é vendido como anti-ruído no Brasil. Sou fã dessa ventilação só em cima: circula o ar e a correnteza de vento é mínima. Talvez também ocorresse assim no Brasil. Falo talvez porque no dia em que fez um pouco mais de 20 graus os ambientes que não foram cobertos com cortina para impedir o sol ficaram insuportáveis. O termômetro do meu quarto, por exemplo, marcou 48º. O conforto térmico do frio é excelente, mas o do calor inexiste, tem que deixar a cortina fechada e ficar na rua até o sol se pôr. Como a parede é dupla, há um vão entre a parede externa e a interna, demora para frio e calor entrar. A água da chuva represada no subsolo circula entre as paredes ajudando a esfriá-las. Ar condicionado? Só vi placa no trem avisando que estava quebrado mas estavam providenciando o conserto.
A etiqueta vermelha de "-30%" significa redução no preço devido ao produto estar próximo ao vencimento. Dessa forma, na mesma prateleira há produtos antigos e mais baratos e produtos novos: cada um escolhe o que quer levar. Achei muito boa a solução: um código de barras que calcula o desconto sobre o valor do produto: se aumentar o produto, continua o desconto, se baixar - idem. O que eu não gostei - e agora estou mais criteriosa - foi ter comprado arroz integral (finalmente achei, após meses de procura) com mais de 60 dias de vencido. Isso foi no mercadinho da região, estava sinalizado o desconto, mas não imaginei que já estivesse vencido. No melhor estilo alemão, quando comentei o ocorrido, a reação foi de que talvez as regras tenham mudado - afinal se eu comi e não passei mal melhor que não tenha prejudicado a ambiente. Mas essa forma de reagir deles também merece outra crônica.




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O pão nem é tão gostoso, há outros bem melhores, mas não resisti à experiência de usar a fatiadora. Enquanto em alguns lugares você aperta no botão ao lado da foto e o pão despenca na sua frente, aqui você escolhe na vitrine e, se quiser, antes de colocar na embalagem, coloca nessa máquina. São 3 grossuras de fatias e pode cortar também na horizontal. Quando acaba a função você pega com a mão e coloca nessa bandeja auxiliar, é dificil colocar direto da máquina dentro do saco.

Esse é o típico exemplo de "esqueça a aparência, o importante é o conteúdo e o prazer que proporciona". Não faço questão de doce, muito menos de cheesecake. Quando cheguei, esqueci que tudo fecha aos domingos e me vi sem comida. Aí descobri em uma das cidades da região, uma padaria aberta. Comprei um pedaço de cada variedade disponível. Foi assim que descobri este "Käse Küchen". Outro dia percebi que em breve ficarei sem, peguei o trem só para ter acesso a mais um pedaço, mas não tinha. Perdi a viagem. A fatia custa 2,20 - um pouco mais do que a média local - e vale cada centavo.
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