No final do século passado, sem prévio aviso, faltou luz em
grande parte do território nacional, por mais de hora. O
evento ficou conhecido como apagão. Na época, a partir do histórico de consumo, quem economizasse recebia
desconto na conta de luz e quem consumisse a alíquota mínima (realidade de São
Paulo, em que use ou não paga-se 50Kws) ficaria com o crédito e nada pagaria
pela conta.
A situação foi a oportunidade para inclusão no mercado das
lâmpadas econômicas (hoje, a maioria o são) e economizar consumo tornou-se
muito fácil. O investimento que faltou à infraestrutura pública, o consumidor
fez em casa.
Quinze anos depois, o risco de apagão voltou a ser uma
ameaça. A falta de infraestrutura não foi admitida e coube às mudanças
climáticas a responsabilidade pelo iminente caos. A medida governamental, mais
uma vez, transferiu o custo da ausência de infraestrutura – porém com outro
mecanismo: aumentando a tarifa sem qualquer desconto.
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