domingo, 21 de dezembro de 2008

Recentemente um não-corinthiano contou-me que considerava válido pagar mais para ver Ronaldo, “o fenômeno”, em campo, mesmo que ele não esteja jogando bem, só para poder contar aos netos que o viu jogar. Não precisava nem estar seu time em campo, bastaria Ronaldo para levá-lo ao estádio: o importante seria imaginar o efeito de sua frase, daqui há alguns anos “eu vi Ronaldo jogar”, que ele considerava ter o mesmo efeito de “eu vi Pelé jogar”. Essa necessidade de contar que fez algo que não pode ser repetido pareceu-me muito presente no show da Madonna na quinta-feira, mais do que a vontade de curtir o show. Eu fui de pista, preparada para ser pisoteada por uma galera pulando. Não foi o que encontrei (e só 4 fileiras de pessoas me separavam da grade). No entanto, as pessoas ficavam berrando interjeições – só algumas cantando com entusiasmo – e muitos com a mão para o alto, com a câmera. Quando a bateria das máquinas acabou é que se começou a bater palmas, o que me pareceu um gesto mecânico. Gostei muito do show, das músicas que eu não conhecia; dos lindos efeitos de luz - não haverá DVD que consiga retratá-los. Também foi interessante perceber que reconheci algumas simbologias de Kabalah. Apesar da super produção, devido ao público pós-moderno histérico à minha volta, um bloco de rua me emocionaria mais.

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