sexta-feira, 26 de junho de 2009
Gênero, profissão e cultura
Fato verídico: hoje, em um ambiente “clube da Luluzinha” contratou-se um prestador de serviços para um conserto no vestiário. Por esquecimento, nada foi avisado às freqüentadoras, que trocaram de roupa sem perceber a presença masculina. Ele, que estava no box de vidro fosco, garante que ficou imóvel, para não ser notado, e olhando para a parede. Elas souberam só depois que ele voltou a ficar sozinho e continuou trabalhando.
Lembrei-me então desta foto tirada em Brighton, em um dos banheiros públicos à beira mar. Ainda não entendi como as empresas, sempre à procura da redução de custos, não tentaram reduzir o quadro de pessoal da faxina (ou o número de funcionários do prestador de serviços, se a limpeza for terceirizada), colocando um(a) funcionário(a) para cuidar tanto do banheiro feminino quanto do masculino. É uma questão cultural, sem dúvida.
Enfrentei há algumas semanas uma destas barreiras culturais, fiquei até em dúvida se compartilhava com vocês, pois me considero uma pessoa aberta ao novo e gosto de ser assim. O que vivi foi a exceção necessária para confirmar a regra: em um salão fui informada que só havia depiladores disponíveis; depiladoras, só em outro dia. Não consegui dizer tudo bem, rapidamente até pensei em dizer que era só meia perna, só que agradeci e fui em outro lugar. Ainda estou refletindo sobre aminha reação, afinal, por que houve constrangimento com depilador e não com médico, como ginecologista?
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