domingo, 27 de setembro de 2009

A semana de primeiras vezes

Fazia tempo que tantos ineditismos ocorriam intensivamente em pouco espaço de tempo: comprar em sebo, ter alergia, não chegar no horário e perder uma consulta, gripe e resfriado no mesmo ano (com constrangedores tosse e espirros em locais públicos – será que deveria estar usando máscara?), trotear no Rodoanel (sim, porque se não tem buracos por ser novo, também não tem piso liso), dirigir carro alugado, ter alergia sem saber a causa, comer biscoito da sorte com duas frases são alguns exemplos dos últimos dias.

De forma planejada, era para ser somente uma consulta de acupuntura a novidade da semana. Realmente as agulhas não doem e ainda permitem uma consciência corporal de difícil descrição; basta mexer um lugar espetado para sentir que nervo é ligado a ele - a agulha do meu pé deu muito sono e a do meu braço deixou minha mão formigando, por exemplo, eu consegui identificar direitinho cada nervo dos dedos, muito legal.

O tratamento é complementado com a ativação de pontos na orelha. A escolha é simples: semente ou agulha (são uns caracóizinhos muito fofos). Enquanto a semente precisa ser apertada três vezes ao dia, em sequências de 15 apertões, a agulha estimula o ponto enquanto estiver lá. Escolhi o procedimento mais intensivo e que não toma tempo: estou com quatro agulhas. O que não me contaram era que ficava dolorido. Na primeira gargalhada senti a orelha, lembrando muito o desconforto de quando furei a cartilagem. Assim, nos próximos dias estarei uma moça mais séria e menos falante...


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Fotoromance - Qual sua opinião sobre o que realmente ocorreu?



Se tivessem me contado, eu teria que checar fontes ou então não poderia citar nomes.
Imagem de uma rua pública de BH, sem montagem alguma, ao contrário, é perfeitamente publicável.
Através de breve busca na Internet - em outro blog - descobri que os fatos foram desmentidos, mas a imagem mesmo assim conta várias histórias. Qual seria a sua versão para o que ocorreu?


sábado, 19 de setembro de 2009

Buraco Quente

Em plena semana farroupilha fui apresentada ao "Revelando São Paulo", em sua 13ª edição no Parque da Água Branca.
As manifestações culturais ocorrem das 9:00 às 21:00. No decorrer do dia os preços do estacionamento oscilou entre R$10 e R$20 (o mesmo lugar). Chegando cedo é possível estacionar na rua, eu consegui um lugar que ficou sem flanelinha das 9 às 14.
Amanhã é o último dia, ainda dá tempo de conferir. Varios municípios de São Paulo enviaram representantes de seu artesanato: a variedade é grande, alguns itens eram inéditos para mim (fiz compras ótimas).
Fiquei triste de não ter fome para provar todos os pratos desconhecidos. Escolhi o "buraco quente", que mais é uma forma de preparo do que uma receita: o pão francês, ao invés de ser cortado, tem o miolo retirado por uma das extremidades e é colocado recheio quente dentro. Na versão vegetariana, junto com o vinagrete picado e quente, havia coração de banana - aquele cacho lilás que a bananeira tem - que parece um talo, sem gosto específico. É um excelente lanche.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Eterna Lua de Mel

Seguindo o clima romântico do post anterior, soube através de um leitor do blog uma forma simples de ter um up grade em viagens românticas.


Ao fazer a reserva, mencione que o casal está comemorando uma data especial - se você disser que é lua de mel vão pedir a certidão de casamento – e pergunte em seguida se há alguma cortesia para tornar a comemoração mais inesquecível.

Você pode conseguir desde um espumante até um quarto com localização melhor. Só não vou dizer a data especial que ele sempre usa para não desacreditá-lo em sua próxima reserva, afinal, este texto está na Internet, não há como evitar que alguém do setor hoteleiro o leia.

“Um idioma é uma tradição, um modo de sentir a realidade, não um arbitrário repertório de símbolos.”

Desde os primeiros cartões descobertos no Brique da Redenção percebi que ler Jorge Luis Borges era imperativo. Não lembro se cheguei a comprar algum cartão com seus versos (agradeço se puderem informar o nome do artista plástico, que com traços coloridos e abstratos ilustrava versos de diversos autores), mas a cada texto seu recebido por e-mail soava um alerta: ainda falta ler Borges.


Ano passado assisti um monólogo na Casa das Rosas em que o autor-ator-diretor o homenageou através de uma história original montada somente com trechos do poeta argentino.

Bem, encontrei um volume que tem poesia completa de Borges (e em versão bilíngüe, meu xodó). Mesmo não sendo a poesia um estilo de minha preferência, estou lendo-o aos poucos.

Minha primeira constatação foi de que ler poesia é uma forma de meditação; para compreender sua mensagem é preciso desconectar-se com o que está à volta e perder-se brincando com as palavras até encontrar o(s) possível(is) significado(s) do poema. Dependendo do seu momento será a conclusão – e não há resposta certa ou errada.

O título acima é um verso de Borges que me intrigou por dias, uma vez que o romantismo frequentemente mencionado como inerente à tradição e à realidade francesa, não havia até então sido compreendido por mim. Vou dividir o que aprendi recentemente; somente uma cultura que valorize o sentimento pode expressar tantas nuances de amor alterando somente a estrutura da frase:

J’adore” é a expressão do máximo afeto para coisas, mas é um gostar pouco intenso para pessoas (mesmo que haja inversão de valores, pessoas são potencialmente mais queridas que coisas). “J’aime” significa que a pessoa gosta, e só. Há também expressões como “j’aime bien”, que significa gostar, e “je (t’)aime beaucoup”, que é gostar muito.

De todas as expressões, a mais intensa a ser dita a alguém é “je t’aime”, o ser amado fica junto ao sujeito e pressupõe a cumplicidade dos amantes, pois eles já sabem do que se está falando e o silêncio deixado pela ausência do advérbio completa o sentido da frase.

Os amantes franceses também têm uma expressão específica para mencionar exclusividade: “je n’aime que toi”, uma forma rápida e clara de abreviar “je n’aime personne d’autre que toi”.

sábado, 12 de setembro de 2009

Passear de bicicleta

São Paulo tem uma nova ciclovia: funciona somente domingos de manhã e abrange um traçado plano; espero seja o piloto de um projeto maior.
Passear na ciclovia pareceu-me a melhor forma de prestigiar a iniciativa. Como não tenho bicicleta, fui até um bicicletário do metrô. As bicicletas aro 26 são novas e possuem cestinho. É possível pegar emprestado também um capacete. A primeira hora de utilização é gratuita, e a bicicleta não precisa ser devolvida no mesmo local em que é retirada, para cada hora adicional serão cobrados R$2,00. Se não devolver no mesmo dia a brincadeia fica cara: R$350,00.
Não são todas as estações do metrô que têm bicicletário e é condição para sua utilização prévio cadastro, no qual está inclusa a informação do número de cartão de crédito ou pagamento de R$50,00, dos quais R$25,00 serão doados para o Instituto Parada Vital e R$25,00 ficarão de crédito. Quem é segurado da patrocinadora, Porto Seguro, pode deixar sua bicicleta estacionada lá, sem custo.
O inconveniente maior é ter de andar em ruas e calçadas no trajeto do metrô até a ciclovia. Com o número cada vez mais crescente de passageiros do metrô com bicicletas (elas estão permitidas em alguns vagões, durante o final de semana) o natural é que houvesse uma forma segura das pessoas deslocarem-se do metrô até os parques e ciclovias, mas ainda não há.
Mesmo em boa e paciente companhia (para esperar eu empurrar a bicicleta nas subidas), ainda não me animei a passear de bicicleta por Sampa.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Compreendo, mas quem aplica é o acaso

"Quando alguém procura muito pode facilmente acontecer que seus olhos se concentrem exclusivamente no objeto procurado e que ele fique incapaz de achar o que quer que seja, tornando-se inacessível a tudo e a qualquer coisa porque sempre só pensa naquele objeto, e porque tem uma meta, que o obceca inteiramente. Procurar significa: ter uma meta. Mas achar significa: estar livre, abrir-se a tudo, não ter meta alguma."
(HESSE, Herman.Sidarta. 51ª ed., Rio de Janeiro: Record, 2009, p.162).