sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Direto de Natal


A claridade do local enganou-me ao tirar a foto e a altura da calçada no ponto de ônibus não ficou aparente como eu gostaria (tem um degrau alto após a lata de lixo), mas em relação ao asfalto, ela era acima de meu joelho.

Sei que há um século a altura do meio fio era bem maior, para facilitar o montar a cavalo, mas não foi facilitação o que observei. Ônibus e vans paravam longe da calçada, obrigando quem insistir em utilizar o transporte público ter maior equilíbrio e força - não registrei o malabarismo de uma senhora para não constrangê-la. Infelizmente esta é a atual realidade da bela capital potiguar: nem quem nasceu fisicamente perfeito tem fácil acessibilidade à via pública ou ao transporte coletivo (será que vão esperar ter trânsito e poluição para tomar providências?).

Outra constatação que me deixou perplexa: o monitor na lata de lixo, com cabo acoplado. Nunca me ocorreu colocar um eletrodoméstico no lixo. Mesmo que não esteja funcionando, sempre tem alguém que tem interesse, pode ser uma escola que forme técnicos de manutenção, para aproveitar algumas peças e ensinar a detectar defeitos, ou uma escola de teatro, para um cenário.

O "quanto mais pobre, mais rico é o lixo" continua válido.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Antes de mudar de casa

Nesta recente vida nômade encontrei várias pessoas que estavam sendo transferidas de cidade. Mesmo as que provocaram a mudança pareciam um pouco confusas de como adaptar-se. Resolvi registrar meu mini-roteiro, que funciona bem:
i) More em um endereço temporário nos primeiros meses. A percepção de quem mora é sempre diferente de quem visita e o imóvel dos seus sonhos pode ser o pesadelo futuro.
ii) Antes de começar a frequentar os lugares que os moradores frequentam, visite os pontos turísticos e históricos (se não houver o que fazer, desconfie de ter feito a opção correta). Nos passeios você pode conhecer pessoas da cidade ou, pelo menos, parecerá menos estrangeira e terá um assunto simpático para conversar com os locais (sem se comprometer com posicionamentos pessoais).
iii) Observe se seus vizinhos têm rotina parecida com a sua. Se forem muito diferentes de você, melhor mudar de bairro.
iv) Não abandone seus hobbies, será mais fácil sentir-se confortável entre pessoas com o mesmo interesse que você do que entre colegas de trabalho, conviver com as mesmas pessoas é prejudicial à saúde.
v) Aceite todos os convites que receber.
As primeiras semanas são de euforia, tudo é novidade. Com o tempo o espírito acalma-se e resista à tentação de vizitar as pessoas do antigo lar, prefira receber hóspedes e mostrar-lhes a nova cidade. O quarto mês para mim é crítico, mas depois do sexto nem lembro mais como era antes.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Às futuras mamães e papais

Sim, o Brasil é um dos lugares mais caros para se comprar todos os apetrechos. Dependendo do que vier a ser comprado, fazer o enxoval na Flórida pode ser mais barato do que ficar no Brasil.

Tenha consciência de que nem tudo que um bebê de classe média ganha antes de nascer é realmente necessário. Se muitos tratam seus bichanos como filhos a recíproca tem seu lado de verdade:  o entusiasmo com a chegada do bebê (principalmente o primeiro) gera uma ansiedade de que "merece tudo" que acaba consumindo recursos importantes: já pensou em aplicar o valor da decoração do quarto e dar-se "ao luxo" de em alguns anos poder ser descontado por um dia de falta, só para assistir a homenagem da escola ao dia dos pais/mães?

A comparação de lojas infantis com petshops foi feita por um amigo; aproveitei-a para argumentar sobre distorções rotineiras. Também através dele soube de outra frase, que me parece lógica mas ainda não compreendo sua amplitude: "despeça-se da vida como a conheceste até hoje".

Uma coisa já aprendi: carrinho tem que inclinar para trás e ter cinto de cinco pontas.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Capacete rosado


Fonte segura já havia alertado: após vária reportagens mostrando a adesão feminina às motos, selvagens malandros aprveitam-se da convensão de atribuir o rosa às mulheres para dirigir agressivamente e com menos retalhação.
As vantagens das motoristas (cuidadosas, responsáveis, etc) estão levando os motoristas a quererem se camuflar e o meio encontrado foi usar capacete rosa. Se lhe disserem que é moda, acredite não.
Quando o comportamento de algum rosado lhe desagradar, não vá ser preconceituoso e pensar que é uma mulher, pois provavelmente será mais um barbeiro que nem coragem para assumir seus atos tem.

domingo, 11 de outubro de 2009

Die Welle

Simplesmente imperdível. Fazia tempo que eu não assistia um filme do qual eu gostasse tanto.
O roteiro é ótimo (não conheço o livro nem os dados reais em que foi baseado), impõe reflexão e é didático. Soube após ter assistido que se trata de um remake (alguém tem a primeira versão?).
O processo demonstrado pelo filme pode ser aplicado em várias esferas da vida - ele deveria ser incluido educação formal de adolescentes, será mais útil e agradável do que muito clássico que se tem de ler.
Em SP só está disponível em uma sala, na Consolação. Corra e veja enquanto puder.

domingo, 4 de outubro de 2009

Brincadeira de Gente Grande

Era a segunda oportunidade de adquirir aqueles bens e com a vantagem de estarem mais baratos: 50% do preço de avaliação, mais precisamente.
Se não haviam sido vendidos era porque ninguém havia concordado com a avaliação feita - pelo menos não em pagar seu preço, pensei. Ledo engano.
No período de duas semanas, tempo transcorrido entre a 1ª e a 2ª praça, lances 10% superiores à avaliação foram dados.
Fiz questão de ficar até o final do leilão, na expectativa de encontrar alguma lógica. Não há. O senhor sentado ao meu lado, por exemplo, ofereceu lance próximo ao da avaliação do imóvel a ser comprado sem sequer o haver visitado, nem o valor do condomínio ele sabia (eu lhe contei posteriormente), apartamentos ocupados foram arrematados por preço superior ao de apartamentos vazios, todos no mesmo prédio.
Consolaram-me os inquilinos que exerceram o direito de preferência: por não terem arrematado no primeiro leilão, certamente eles pensaram como eu, de que o lance máximo a ser dado no segundo não ultrapassaria a avaliação.
Ainda considero que comprar em leilão pode ser uma boa alternativa de investimento, mas como toda aquisição de risco, antes da inscrição deve-se saber o lance máximo a ser dado, para ignorar os apelos do leiloeiro e realmente fazer um bom negócio.

sábado, 3 de outubro de 2009

Meloukhie

A única informação existente era tratra-se de prato típico, saboroso e difícil de encontrar.
Aceitei o convite e descobri que já (o/a) havia esperimentado: é o recheio de algumas esfirras de verdura. Ao invés do armagor característico das verduras verde escuro, o sabor é levemente azedinho (como se fosse preparado com vinagre). Gostei.