Saramago está longe de ser um autor de minha preferência e muitas de suas ideias eu não compartilho, mas o acompanhamento de sua vida por dois anos é uma bela história cujas cenas, mesmo repetidas e apresentadas sem cronologia rígida, em nada atrapalham a narrativa feita em três atos.
No filme o autor afirma que escreve para leitores inquietos e assim também poderá sair o espectador da sala de cinema, principalmente se refletir quanto a relação tempo x expectativas.
José Saramago demonstra contrariar as convenções sociais quanto à idade, o ritmo de sua agenda impressiona, e não menos o fazem as abordagens e demandas que recebe e atende. Da mesma forma, tanto a opção pela literatura quanto o início do relacionamento com sua mulher, Pilar, que aos poucos se transforma em personagem principal, ocorreram em fase da vida não convencional.
Assistir ao filme próximo à viradado ano fez-me ressurgir uma velha pergunta: "por que o que quero para o próximo ano ainda não foi feito?" Afinal, nunca é tarde para nada e nem tampouco cedo. Ou é agora ou simplesmente não é.
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