Seja por um telefonema de última hora, seja pela chuva, o certo é que várias foram as tentativas frustradas de tomar sorvete. Ontem resolvi mudar o percurso e levei dois sustos: o primeiro foi o aumento superior a 15% o outro foi o congestionamento de pessoas na Paulista.
A decoração de natal é melhor admirada a pé do que de carro, o que mais gostei foi passear no Trianon à noite. Com poucas pessoas, em alguns trechos parecia uma floresta encantada de luzes azuis. Mas a falta de noção das pessoas é o que mais me impressionou: além de crianças de colo e carrinhos de bebê no meio da multidão, havia gente com cachorro, carregados no colo e sem focinheira. Sabe a “pipoca” de micareta? O lado do palco em que ocorrerá o show da virada do ano estava a própria “pipoca” com crianças e animais para incrementar; foi montada uma decoração de natal no palco e as pessoas podem subir em pequenos grupos utilizando um único elevador. A fila até que estava organizada, mas a seu redor...
A foto acima foi tirada de um trecho movimentado mas mais tranqüilo, pois pelo menos não era mandatório sair da calçada. Já estou vendo o evento “virada no Anhembi” ao invés de “virada na Paulista”.
Observando a decoração de natal dei-me conta do quanto ultrapassada ela está. Além do desperdício de energia, em um país de pouca infraestrutura, o personagem carismático é um velinho consumista, gordo (nada saudável e péssimo exemplo para toda a sociedade) que explora animais (as hienas). Ok que sua origem é atribuída a um refrigerante cujos consumidores ficarão como Papai Noel se não reduzirem seu consumo, mas o certo mesmo seria o seguinte:
O Papai Noel pós-moderno é sarado, goza de excelente saúde, apesar da idade e, com isso, sua aposentadoria pode ser aplicada em presentes, ao invés de remédios. Os presentes, aliás, são um detalhe se comparados ao abraço do Papai Noel, cuja melhor retribuição é a paciência em ouvir as crianças e lhes dar conselhos, pois já adquiriu experiência e tem tempo, atributos extremamente escassos na vida de um adulto produtivo (os pais).
Papai Noel não vive sozinho no pólo norte, nem é empregador infantil ou explorador de PNE (portadores de necessidades especiais). Ele tem consciência de seu papel social e por isso só compra presentes de indústrias e estabelecimentos éticos, de governança corporativa sólida e ativos nas questões sociais e ambientais. Faz companhia ao Papai Noel (e é tão importante quanto ele) uma Mamãe Noel ou até mesmo outro Papai Noel, com quem ele divide as tarefas domésticas.
Por fim, Papai Noel só usa transporte coletivo que não seja movido a Diesel. Sempre que dá exercita-se em seus patins, bons tanto na neve quanto em dias de sol. As hienas ele visita no zoológico sempre que dá; apesar da exploração de anos, ainda há uma amizade sendo cultivada. De bobo, Papai Noel continua não tendo nada...
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