Minha intenção, influenciada pela boa crítica no jornal, era ver as obras de Baselitz, que estão expostas até dia 30. Encontrei a Pinacoteca em reforma e uma exposição melhor ainda: “Desenhar no espaço, artistas abstratos do Brasil e da Venezuela na Coleção Patrícia Phelps de Cisneros”, daquelas surpresas que te deixam com vontade de investir em arte e levar algumas para casa. O texto da curadoria faz toda a diferença para compreender as comparações, mas sua arrumação diverte até criança.
Baselitz está na Estação Pinacoteca, o vídeo apresentado com as reflexões dele sobre seu trabalho foi o mais interessante e apresenta trabalhos que me agradaram mais do que os expostos, só que o ruído causado pelas pessoas que visitam, mais o elevador abrindo a toda hora, tornam inaudíveis certos trechos. É válido também demorar-se um pouco no térreo da Estação, que mostra fotos “antes” e “depois” de uma turma de colégio argentino da década de 70, alguns deles desaparecidos durante a ditadura (para quem não é de São Paulo, a Estação Pinacoteca está localizada no prédio onde ficava o DOPS, totalmente reformado e lindíssimo, tendo sido mantida uma cela, para memória, espaço em que permanentemente há exposição relacionada a Direitos Humanos).
O outro museu da região, o Museu da Língua Portuguesa, permanece encantando na sua forma lúdica de apresentar os autores. O “homenageado da vez” é Fernando Pessoa, autor do poema acima. O formato é o mesmo das outras exposições: muita tecnologia e ângulos para as pessoas tirarem foto em meio a um “resumão” da vida e obra do autor.
A desvantagem do passeio é a de que, se você não quiser lanchar no bar da Estação Pinacoteca (única opção existente), terá que carregar seu lanche desde casa e saboreá-lo à sombra, entre as esculturas do parque da Luz, apesar do movimento.
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