Às compras
Madrugada. Fome. Nenhuma opção degustativa em casa. Veste o
casaco ⅞ para disfarçar a roupa caseira e dirige até a primeira porta comercial
aberta que encontra. Demora para decidir. Longa fila. Abre a bolsa e não
encontra a carteira. Deixa as sacolas ao lado. Reserva com o caixa a compra,
deve voltar em meia hora, tempo suficiente para pegar o cartão em casa e
retornar pr’ali. Assim o fez. Houve o cancelamento da transação e tudo já estava
espalhado nas estantes de origem. Não reclamou, só pegou o chocolate que
devorou por inteiro antes mesmo de estacionar.
Dia seguinte. Fez a lista de compras, pesquisou preço,
esqueceu da senha. Tentou de novo. Aviso: na próxima tentativa, bloqueio.
Combinou que logo voltaria, precisava pegar o outro cartão: nada de caixa
eletrônico disponível àquela hora. A loja era outra, deu certo. Voltou, pagou,
levou.
Mas esqueceu-se de muito no escrever da lista. Voltou no
terceiro dia. Ofertas boas. Na hora de pagar, no bolso da calça jeans,
bilhete único e não o bancário. Juntou notas e moedas. Ufa! Pagou.
* * *
Se era para distrair-se, que fosse em um restaurante. Com
amigos, prestigiou a amizade do dono. Ganhou desconto. Chip da máquina sem
sinal. Nem sinal de dinheiro ou cheque na carteira, só para o valet do
restaurante ao lado. Atrás da nota fiscal com CPF registrado, registrou sua
gratidão com votos de sucesso. Ainda não sabe se voltará.
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