terça-feira, 7 de maio de 2013

Às compras


Madrugada. Fome. Nenhuma opção degustativa em casa. Veste o casaco ⅞ para disfarçar a roupa caseira e dirige até a primeira porta comercial aberta que encontra. Demora para decidir. Longa fila. Abre a bolsa e não encontra a carteira. Deixa as sacolas ao lado. Reserva com o caixa a compra, deve voltar em meia hora, tempo suficiente para pegar o cartão em casa e retornar pr’ali. Assim o fez. Houve o cancelamento da transação e tudo já estava espalhado nas estantes de origem. Não reclamou, só pegou o chocolate que devorou por inteiro antes mesmo de estacionar.

Dia seguinte. Fez a lista de compras, pesquisou preço, esqueceu da senha. Tentou de novo. Aviso: na próxima tentativa, bloqueio. Combinou que logo voltaria, precisava pegar o outro cartão: nada de caixa eletrônico disponível àquela hora. A loja era outra, deu certo. Voltou, pagou, levou.

Mas esqueceu-se de muito no escrever da lista. Voltou no terceiro dia. Ofertas boas. Na hora de pagar, no bolso da calça jeans, bilhete único e não o bancário. Juntou notas e moedas. Ufa! Pagou.

 * * *

Se era para distrair-se, que fosse em um restaurante. Com amigos, prestigiou a amizade do dono. Ganhou desconto. Chip da máquina sem sinal. Nem sinal de dinheiro ou cheque na carteira, só para o valet do restaurante ao lado. Atrás da nota fiscal com CPF registrado, registrou sua gratidão com votos de sucesso. Ainda não sabe se voltará.

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