sábado, 30 de maio de 2015

Sobre o que andam falando por aí, sei não.

Se educação é um direito de todos, por que é permitida greve de 100% dos professores? Se não haverá aula, que haja acesso dos alunos à escola para que não fiquem ao léu enquanto os pais trabalham. Se eu fosse gestora faria vídeo educativos e deixaria os alunos assistindo - talvez até aprendessem mais. Já que não precisa de nota, já que pode faltar que não reprova, deixa ao menos assistir filme educativo. Professor tira dúvida após assistir vídeo e fazer exercícios. 

É impressionante a quantidade de criança pedinte ou trabalhando de engraxate, camelô etc na região central da cidade. Tem um garoto de uns 12 anos que debulha milho como ninguém na Paulista esquina Pamplona. Ele ajuda algum familiar que fica por ali à noite e fica sozinho à tarde fazendo tudo que não deveria: controla o fogo no liquinho, mexe com faca e fica de pé ao ar livre com pombos à volta, a poucos metros da lixeira mais suja de toda a avenida.
* O *
Sindicato só não acaba porque é interessante para o empregador que ele exista, um ajuda o outro. Já imaginou ter que falar sobre aumento com cada um dos funcionários? Greve é modelo ultrapassado, um oba-oba para manter a estrutura atual e não dar espaço a trabalhadores descubram uma forma atualizada de reivindicação, o que atrapalharia aos que hoje negociam. Sem greve o nº1 do sindicato não tem visibilidade, não é por acaso que as votações pela manutenção da greve são feitas no horário do expediente (quem é contra e está trabalhando não tem como ir) e sem controle de quem está votando (vá na Paulista e levante o braço se houver curiosidade).
* O *
A permissão para que seja possível terceirizar a atividade fim das empresas e não apenas a atividade meio é outro blablablá do momento. Já são tantas as possibilidades de se fazer isso atualmente, sem qualquer mudança na lei, que a aprovação da nova regra prejudicará certamente os sindicatos mais fortes, que perderão arrecadação para outros sindicatos. Salário é uma questão de economia: se a economia cresce os salários melhoram, se a economia não vai bem, o mercado paga menos ou nem contrata.

De todos os argumentos que li e ouvi, nenhum pareceu-me conexo com a dita “permissão para a terceirização”. Muito mais razoável seria desburocratizar as condições do trabalho temporário. Por qual motivo o contrato temporário ou é período de experiência ou precisa ter um intermediário para fazer a contratação? Por que se for renovado tem que ser por igual período? Qual o problema de contratar alguém por um período previamente ajustado que seja superior a 6 meses? Nisso ninguém fala – e tornaria tão mais simples e barato contratar.


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