quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O auto-conhecimento é resultado de uma sucessão de contrastes, através dos quais compreendemos o que sentimos, pensamos e somos. Tristeza e sofrimento são dispensáveis, mas costumam estar presentes nos processos de crescimento e aprendizagem. É possível, contudo, aprender pelo exemplo dos outros, como quando estudamos história ou uma criança imita os pais. Só que este meu raciocínio – que considero lógico – é incoerente com o que está acontecendo hoje. Do que adiantou a limitação da escravidão no Egito e a humilhação do holocausto se a forma de manifestação israelense é através da violência, insistindo em manter a dor presente em seu cotidiano? Que outra restrição – através das ações e omissões atuais - estão eles atraindo para si? Sou grata por não estar diretamente ligada ao conflito na Faixa de Gaza, mas a manifestação pró-Palestina, no dom 11jan09, presentes PC do B, PSTU, PT, Movimento Negro, entre outros, preocupou-me. As 3500 pessoas presentes (cálculo da polícia militar) carregavam faixas pró-Palestina, mas as palavras de ordem contra Israel me alertaram, pois bem diferente de protestar pela paz é difundir ódio contra um Estado. E se a guerra se expande e o mundo volta a dividir-se em dois blocos? Eu já havia achado exagerado o envio de avião da FAB com medicamentos para a Jordânia, considerando a quantidade crescente de desalojados e os problemas sociais que enfrentamos no Brasil. Ajudar ao próximo é desejável, mas realmente entendo que solidariedade é pertinente depois de “arrumar a casa”; tenho dificuldade de compreender o dar o que não se tem. Torço para que a guerra acabe e que os homens públicos consigam entender a diferença entre reivindicar a paz, condenar ações violentas, “tomar as dores” de um povo e posicionar-se contra um país.

2 comentários:

SANDRIX disse...

olá, belo assunto para começar uma discussão... ainda mais que a minha opinião a respeito nao é uma unanimidade. Na verdade, quanto a guerra, sou terminantemente contra, principalmente quando parte dos afetados são civis sem culpa alguma (o que sempre acontece). No entanto, agora a parte controversa, assim como os desastres naturais, acho que a guerra é uma maneira de o mundo reivindicar os danos causados pela superpopulação. Trocando em miúdos: de vez em quando grandes mortandades são necessárias para aumentar a vida útil do nosso planeta. Em termos de recursos, espaço, tudo, nao é possível suportar esse ritmo frenético de crescimento populacional por muito tempo. Agora quanto a ajuda prestada pelo Brasil, é politicamente impossivel nao participar, se formos esperar para resolver todos nossos problemas internos para depois ajudarmos aqueles em situação de emergencia, nao vamos prestar ajuda nunca, o que seria complicado em termos de politica internacional.

?! disse...

Não sei se concordo com a sua argumentação, mas a hipótese do desmatamento na Amazônia ter diminuído por causa da crise econômica é nessa mesma linha (particularmente acredito que qualquer coisa ajudou a diminuir o desmatamento, exceto alguma ação do governo).