A primeira vez que vi a ampulheta na Paulista achei de mau gosto (destoa de tudo, como pode ser considerada compatível com as restrições do cidade limpa?). Depois, conhecendo o relógio digital com a contagem regressiva da Dr. Arnaldo, próximo ao Emilio Ribas, preferi deparar-me com o cenário da foto a mais um painel eletrônico (a cidade está tão bem sem eles...).
Só a convivência com profissionais do marketing permite que eu não considere totalmente absurda a implementação de um totem para lembrar o início de vigência de uma lei. A expressão "a lei pegou” acaba por ter mais importância do que seu texto em si. Lei que pega é cumprida e fiscalizada pelos cidadãos. Lei que não pega reina no esquecimento.
Nunca experimentei cigarro e só convivi com um fumante: meu avô, que tinha o hábito de fumar meio charuto após o almoço e meio charuto após a janta. Ele fumou dos 13 aos 80, parou porque deixaram de fabricar a marca que gostava. Viveu mais 10 anos sem charuto e nunca o ouvi reclamar sua falta.
Cigarro, charuto, cachimbo. Todos os odores são dispensáveis. Ao contrário do álcool, que prejudica fisicamente só quem o consome e torna inconveniente quem abusa de seu consumo, basta acender o fumo para sua presença ser notada.
Frequentar lugares públicos ficará mais agradável, mas, ironicamente, os lugares mais agradáveis, ao ar livre, serão dos fumantes, que estão reclamando da restrição.
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