A grande folia do carnaval é ter, pelo menos, 4 dias só para você - e no verão.
Oportunidade parecida, dependendo do calendário, já passou, foi no natal e/ou no ano novo. Mas se em há dois meses ocorreu feriadão foi com um porém: você emendou ou o natal ou o ano novo (ou teve férias coletivas e sua família/amigos não), semanas “voaram” com comemorações protocolares de fim de ano (quem estava lá, mesmo?) e compras que muitas vezes não sabemos nem se serão úteis, nem como serão pagas. Tudo isso com muita estratégia: passar natal com quem? É possível colocar pai, mãe, sogro, sogra, irmãos, avós e agregados de todo gênero em uma mesma celebração? Quem será o ressentido da vez? Você vai topar acrescentar à sua rotina extenuante a organização da festa? Saiba de antemão que é regra aparecer um penetra (cadê um presente para ele...) e alguém, que ficou de levar um detalhe como o peru ou o espumante, sumir.
Após o natal tem a virada do ano, com o mesmo dilema. Carnaval não, se você disser que não curte e vai ficar em casa ou se você decidir que vai curtir 365 em 5, mesmo que isso signifique parar em um hospital, socialmente será aceito.
Eu adoro carnaval de rua. Quanto mais heterogêneo o público, mais democrático e de bem eu o considero. Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, deveria passar um dia de carnaval em Olinda e uma noite de carnaval em Recife. O próprio galo da madrugada, na minha opinião vetado a hipertensos e cardíacos, é uma lição de vida: é uma maneira prática de aprender a simplesmente deixar-se levar pela multidão ou então o quanto é cansativo ser do contra, de uma forma ou de outra você reencontrará as pessoas que lhe acompanhavam (perder-se não é tão ruim assim, possibilita contatos novos...),basta manter a calma e abstrair o fato de ser um dentre um milhão de pessoas, na temperatura superior a 40º, em um local sem rota de fuga (há prédios nos dois lados da avenida Guararapes e onde seria possível sair, no final da avenida, é onde passam os carros com os galos e tem um rio), para sair vivo. Se você não se machucar, desmaiar nem for pisoteado no Galo, acredite, você tem pique e expertise para qualquer muvuca.
Versão mais light é São Luis do Paraitinga, no norte de São Paulo. É mais light porque só toca marchinha, e as escritas por moradores da cidade. Tem decreto municipal que não permite outro tipo de música na cidade durante o carnaval. Os bonecos são menores mas em um contexto mais próximo a todo leitor de Monteiro Lobato. Este ano não teve, mas só imagino o quanto estará bom ano que vem.
Minha folia este ano vai até o final da quarta-feira de cinzas: refletir a respeito do livro que escolhi neste carnaval está a própria viagem...Termino-o ainda hoje para quinta voltar à rotina de obrigação.
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