quarta-feira, 31 de agosto de 2011

http://freecycle.org

Toda mudança exige reflexão, que pode ser anterior – quando existe planejamento – ou posterior, quando, de repente, ela é percebida, seja externa, seja internamente.

Na vida, há quem se acomode, quem sempre reclame e também quem só agradeça: é uma questão de personalidade e cultura. Alguns aguardam o momento certo para... e assim ficam iludindo-se e deixando passar oportunidades, são sonhadores e apenas sonham - vive-se como se escolhe viver. O mais convicto e intransigente dos homens, com o tempo, adquire expressões no rosto e perde a coloração natural do cabelo – o crescimento visível na infância deveria ser a constante até a morte; nos é indicada a direção no início da vida, mas cabe a cada um decicir continuar ou estagnar. Manter-se o mesmo é isolar-se, pois evolução e involução a todo momento ocorrem.

Mudar de endereço não é tão diferente assim. Alugando ou comprando, muita expectativa há na escolha do imóvel, negociação das condições do negócio, assinatura da papelada; sonhos a serem realizados, decoração a ser decidida, para finalmente, então, realizar a mudança: transportar o que é relevante, desfazer-se do que não tem mais sentido e seguir em frente para novas aquisições dentro do novo contexto. O processo é esgotante, acredito que seja parecido com o de uma análise: do que você viveu e ainda tem materializado, o que ainda faz questão de manter consigo?

Quanto menos carregar, menos esgotante e caro é o processo e mais rápido tudo termina. Comecei separando as revistas. Não são uma coleção, mas guardá-las no formato original sempre pareceu-me mais atrativo para consulta do que folhas soltas. Decidi mudar de parâmetro e passei a reler e a arrancar o que realmente interessava.

Uma nota chamou-me atenção: a “chegada ao Brasil” do conceito da recycle.org. Parei o que estava fazendo e fui conferir.

A ideia é muito simples. Utilizando o grupo de e-mails do Yahoo, de cadastramento gratuito, quem tiver algo para doar ou quem estiver precisando de algo, manda e-mail para o grupo. Ao receber o e-mail, se você tiver interesse, basta responder para o remetente e combinar horário e local de entrega. Pode até oferecer animal de estimação, só não pode vender.

Achei a iniciativa fantástica. Quantas vezes não temos algo em casa, que até usamos, mas sabemos que não está 100%? Se você doar para alguém de menos posses, essa pessoa pode ofender-se, mas se você avisa para quase dez mil pessoas que tem “um armário que precisa pintura” e envia a foto, quem disser que quer fará excelente proveito, não haverá constrangimento algum, e sim, pelo menos, duas pessoas felizes e satisfeitas (além de menos lixo no mundo).

Em um dos primeiros e-mails que recebi foi oferecida coleção completa de revistas do século passado (uma delas eu havia colecionado na época do colégio e chorei muito quando percebi que ficara sem...), resisti e não me candidatei: a missão atual é esvaziar prateleiras e gavetas.

Descobri depois, através do grupo, uma moça aqui do bairro que tem um minhocário e estava oferecendo chorume por não estar dando conta de consumir toda a sua produção. Candidatei-me e fui buscar hoje, feliz da vida, o nutriente gratuito e ecológico para as minhas plantinhas.

sábado, 27 de agosto de 2011

tensão e suspense

Resolvi arriscar. Levei o carro para fazer a inspeção veicular sem trocar o óleo e o seu filtro na véspera, como indicam 10 entre 10 mecânicos. Considerando as instruções do fabricante, pelo decurso do tempo, ele está vencido. Mas, pela quilometragem, não andei 10% do indicado. O risco, contudo, foi calculado: a pior hipótese era ter de voltar a fazer o procedimento em até 30 dias, também preocupei-me em ler as instruções da Controlar e chequei os itens que seriam inspecionados; a exigência era de que o óleo não estivesse abaixo do mínimo... Abri o capô e, com o manual do proprietário como guia, procurei a tal da varetinha do óleo. O nível estava no máximo e o conteúdo bem transparente. Pequeno teste de paciência colocá-la de volta no lugar; lembrei-me do garoto que teve o carro reprovado por sua ausência (quando me contaram achei que fosse algo improvável de ocorrer) e fiquei tentando até conseguir confirmar de que não sairia do lugar (dos 360º, só em um a vareta dá click de encaixe).

Este ano não consegui marcar a inspeção no local aparentemente mais próximo de casa. Digo aparentemente porque mesmo parando duas vezes para consultar o GPS manual cheguei em menos de meia hora no posto de inspeção; a velocidade média acima de 20 Km /h tornou o Tatuapé melhor opção do que a Barra Funda. O local também é bem maior, mesmo cheio, havia apenas dois carros na minha frente...

Dessa vez fui mais esperta, ao sair do veículo deixando o motor ligado (é o procedimento), desloquei-me para a cadeira da faixa amarela do carro ao lado do meu, para poder verificar exatamente o que era visto no capô. Foi a minha sorte. O procedimento todo, olhar o carro por baixo com um espelho e lanterna, levantar o capô e procurar fio decapado (eles não olham o nível do óleo!), grudar um fio no motor e outro no cano da descarga, para depois acelerar até 2500 rpm e deixar por uns segundos sem acelerar não dura mais do que 4 minutos. Meu carro ficou 26.

O funcionário fazia todo o procedimento e, ao final, o computador mandava ele refazê-lo.  Imagina como eu estaria se eu não tivesse acesso ao resultado, ou seja, se tivesse ficado onde eles indicaram para o motorista ficar... Não muito próximo um senhor gritava exigindo falar com o responsável, pois teria seguido a instrução de desacelerar o motor e, mesmo assim, seu carro era reprovado novamente. E eu lá, firme, refazendo meu roteiro de andanças automotivas pela tarde de quinta...

Deu tudo certo, ganhei o selo "11" e recebi os parabéns e pedido de desculpa pela demora: o aparelho teria tido dificuldade de captar a rotação do motor. Mesmo com o selo no vidro, fui orientada a manter o papel com o resultado do exame (impressão térmica, que não deve pegar calor ou umidade para ser conservada) junto com o DUT. Os selos anteriores poderiam ser retirados. Francamente, se não há sistema para verificação da veracidade do selo, eu é que não tiro o único comprovante que tenho dos anos anteriores! A visita ao Detran, ano passado, já foi mais do que suficiente!
Após 40 Km transcorridos em menos de 3 horas, em muitos trechos sentindo-se "a idiota" por manter a velocidade máxima permitida de 60 Km/h enquanto por todos era ultrapassada, desliguei a bateria e tentei relaxar os ombros voltando a ser pedestre.

A moda por aqui é multar motorista que não dá passagem ao pedestre, acredito que seja uma tentativa de diminuir os acidentes em uma cidade que cada vez mais recebe turistas que conhecem as regras de trânsito - 2014 é logo aí (e ensinar os brasileiros, que por aqui sempre estão, não geraria tanta arrecadação). O problema é que os pedestres atravessam mesmo quando o sinal está fechado para eles; sem carros andando quando lhes é permitido pelo temporizador do farol, o engarrafamento aumenta. Por outro lado, longe dos amarelinhos e onde não tem semáforo, tudo continua na mesma. Muito mais produtivo seria, pelo menos, lembrar aos motorista que o pisca (em SP chamado seta) não é acessório e deve ser usado.

Ir à Cinemateca a pé, hoje, foi uma aventura. Isso exatamente pelo comportamento dos motoristas. As transversais que precisei atravessar são largas e não possuem qualquer sinalização. Por outro lado, na via principal, os carros andam muito rápido e, com a liberdade de fazerem curvas abertas, nem diminuem ou sinalizam ao dobrar.

Enquanto eu observava a programação do festival de curtas (os filmes passam com o intervalo de 1 minuto simultaneamente nas duas salas) percebi que um dos patrocinadores oferecia pipoca e outro colocou modelos servindo drinks alcóólicos. Animação nos corredores, disponibilidade de escolha das e nas salas. Sem sinopse, meu critério foi privilegiar a mostra competitiva.

Se existisse coincidência, os 5 curtas assistidos tinham em comum o suspense - eram histórias recortadas, sem início ou fim, que mostravam um momento de tensão cabendo ao espectador interpretar do que se tratava. Não eram ruins os filmes, mas minha dose de tensão e suspense já tinha passado da cota suportável - nem fiquei para os debates, que costumam ser interessantes. Contudo, amanhã tem mais.

No caminho para casa, ainda assisti uma bicicletada de protesto (passeata é só a pé, certo?). "Mais bicicletas, menos carros", gritavam descendo o corredor de ônibus. Enquanto isso, o semáforo abria e fechava, no cruzamento da Tutória com a Brigadeiro interditado, veículos e ônibus em quantidade aguardando o movimento passar. Estamos na semana da mobilidade, uma forma de refletir sobre as dificuldades e reivindicações das minorias - falta assumir que mobilidade também não é a realidade da maioria.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

www.kinoforum.org.br

Se você ainda não decidiu sua programação do final de semana, mas já sabe que estará na capital paulistana, minha dica é assistir, pelo menos, a uma das tantas programações do festival de curtas, disponível no link acima.

Curta é legal de assistir assim como crônicas são ótimas de serem lidas: não é necessário escolher muito e, mesmo se não gostar, logo acaba. A vantagem do festival é que serão vistos mais de um curta por sessão (fora a possibilidade de conversar com o pessoal que produziu) e geralmente há um critério na escolha do que será mostrado. Eu estou me organizando para ir – nem que seja só para assistir ao filme da professora do curso de roteiro...

Quero deixar bem claro que não sou do perfil aluna “puxa-saco”, aliás, nem sei se a professora saberá desta postagem. Realmente gosto dessas atividades culturais, outras indicações semelhantes foram feitas anteriormente e provavelmente novas haverá. Além disso, alguns locais, como a Cinemateca, valem sempre a visita!

Lembrete: como qualquer atividade gratuita, é mais do que recomendável chegar com pelo menos uma hora de antecedência.

sábado, 20 de agosto de 2011

Vizinhos novos. Conversam, gargalham e fumam na janela. Fim do necessário silêncio para trabalhar e do ar puro arejando o apartamento. O jeito foi saracotear na linda e ensolarada tarde de sexta e clarear a madeixa.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Constatação

- Animado o happy hour, não?

- É, descobri por acaso. Tantas pessoas e reportagens sobre o dia do solteiro...não podia ficar em casa.

- Verdade, deve ser por isso que hoje está melhor do que muito bar em final de semana.

 * * *

A comemoração de datas festivas coletivas integra o costume de uma sociedade, e nisso a mídia tem, ainda hoje, um papel fundamental. Não é mera coincidência as datas estarem distribuídas no decorrer do ano. Alguém imaginaria dia dos pais e dia das mães em um mesmo mês? Ou dia dos namorados próximo ao carnaval?



Agosto tem o dia dos pais, data em que não há tanto consumo, se comparado ao dia das mães. Não que sejam menos importantes, mas é bem maior o número de pessoas que conhecem suas mães do que as que conhecem seus pais. O clima frio não favorece grandes badalações, ainda mais depois do agito das férias escolares de julho: perfeito para comemorar-se o dia do solteiro! (estrategicamente fixado em data sempre posterior ao dia dos pais e anterior àquele período em que o orçamento mensal já está comprometido)



A data tem tudo para “pegar”: quem esteve na rua ontem percebeu uma intensa animação e provavelmente divertiu-se muito.

domingo, 14 de agosto de 2011

Àquilo que você resiste, persiste.

Precisar, não precisava; mas a latinha que vinha de brinde era tentadora! Por não ter certeza do preço (parecia-lhe mais caro), nem do estoque do produto disponível em casa, conseguiu resistir.

Em outro dia, em outra compra e em outro estabelecimento, verificou o aumento de preço: dessa vez sem presentinho algum. Mais uma vez decidiu não comprar. Afinal, precisar, não precisava.

Os tempo passou e foi necessária nova ida ao supermercado. Ao encontrar duas das quatro latinhas da coleção promocional não exitou: comprou um exemplar de cada. São aquelas que estão ali na estante: ganhei porque ela não tinha onde guardar. Precisar, eu não precisava; apenas receei arrepender-me, pois àquilo que se resiste, persiste.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A sobrevivente


 
Rosas, violetas, orquídeas, amores-perfeitos; das flores que já ganhei lembro apenas que pouco duravam, mesmo as recebidas em vaso. Conversar, regar a mais, regar a menos, colocar no sol, proteger do vento; nada resolvia. Ao invés de terapia para “trabalhar” a frustração, fiz curso de jardinagem, como já contei meses atrás.

Quando eu ganhei a flor da fortuna (kalanchoe) fiquei até um pouco triste, mesmo sendo informada que ela dispensava grandes cuidados; não era justo condená-la à morte... Meses se passaram e ela permaneceu firme e forte, mas apenas com folhas (soube depois que o café misturado à terra era fonte de nitrogênio, excelente para folha, mas que em excesso inibia a produção de flor) – minha preocupação em nutri-la foi excessiva, ela realmente precisava menos do que eu me propunha a dar.

Após minha ausência por alguns dias, contudo, ela recebeu-me florida. A aparente ingratidão, soube depois, era sintoma de estresse: de alguma forma, ela havia sentido a minha falta!

Tratei da sua sede e providenciei que tivesse mais espaço para desenvolver-se. Com muita expectativa, em um dia nublado, a removi para um vaso maior, permiti que suas raízes tivessem mais liberdade.

Tudo transcorria bem, joaninhas deixavam-na colorida à tarde. Só que ela começou a diminuir de tamanho: ganhara liberdade de espaço e não estava sabendo usar... Quando o ser com quem se interage fala, é possível compreender o contexto e decidir o que fazer. Plantas não falam, apresentam sintomas para quem tiver interesse e paciência em acompanhá-las.

Pesquisei um pouco e diagnostiquei que ela estava sendo atacada por pulgões. A existência de terceiros soavam como uma repugnante novidade. Há algum tempo eu teria cessado minha contrariedade descartando planta e pulgões. Dessa vez surpreendi-me com minha reação: controlei o asco e passei a catá-los tal qual piolho. Diferentes respostas podem ser dadas aos mesmos fatos, tudo depende de contexto.

A alternativa ecológica resolveu em parte o problema, pois alguns pulgões continuavam lá. Comprei, então, veneno. Às vezes fazemos o que nos é mais difícil, nos paralisamos refletindo, procuramos ser originais - e o melhor resultado pode ser obtido agindo de forma tradicional e simples.

Não vejo mais os pulgões, nem as joaninhas que deles se alimentam. Em compensação, flores voltaram a aparecer. Deu certo, o que parecia próximo ao fim, renasceu. Fiquei feliz.
2 semanas depois (25 de agosto) já estava toda florida!




sábado, 6 de agosto de 2011

A vida é a melhor ficção

- Alô.
- Olá, estou retornando uma ligação sua, de ontem à tarde – quando o telefone tocou não tinha condições de atendê-lo.
- Não lembro... Quem é você?
- Sou a usuária do telefone que você vê no seu celular. Seu telefone constava como fora de área, por isso não consegui retornar a ligação antes.
- Ok, mas seu nome, para eu tentar me lembrar.
- Por uma questão de segurança, por enquanto, prefiro não me identificar. Ligações desconhecidas e telefones desligados por longo tempo podem indicar ligação originária de algum presídio.
- Deve ser isso, você identificou que eu ia te aplicar um golpe, agora não vou mais conseguir. Francamente! Faço várias ligações por dia. Mas ontem à tarde... posso ter digitado o número errado.
- Não vou discutir, se você se lembrar do motivo da sua ligação e ele for relevante, meu telefone você já tem.
Desligaram o telefone e foram assistir à mesma programação da TV, cada um em sua casa.
 
* * *
- Alô.
- Olá, estou retornando uma ligação sua, de ontem à tarde – quando o telefone tocou não tinha condições de atendê-lo.
- Não lembro... Quem é você?
- Nossa está tocando uma música alta perto de você, está difícil de escutar.
- É... um caminhão de som aqui da rua. Aaaaaaaaaiiii!
- O que houve?
- Um carro passou na poça de água da sarjeta e me molhou toda!
- Acho que estou te vendo: de terno azul escuro, bolsa e sapato vermelhos.
- Fala mais alto, tem música muito alta próximo a você.
- Acho que não nos conhecemos, você pode ter me ligado por engano, mas é o mesmo caminhão que fazia propaganda próximo a você que agora está próximo a mim.
- Conhecidência!
- Pois é, vou ter que desligar porque vou fazer a unha.
- Eu sou nova na região e estava precisando da indicação de uma manicure...
- Fica aí onde você está que eu te levo para conhecer a minha.
Foram juntas à manicure, ficaram amigas, e nunca mais falaram sobre o tal telefonema do dia anterior.
* * *
- Alô.
- Olá, estou retornando uma ligação sua, de ontem à tarde – quando o telefone tocou não tinha condições de atendê-lo.
- Não lembro... Quem é você?
- Pelo o que todos dizem, eu sou o melhor representante comercial: vendo o que você precisa, compro e troco o que você não quiser mais.
- Qualquer coisa?
- Tudo que for lícito ou eu tenho, ou está para chegar.
- Ando sem tempo, você poderia ajudar bastante. Podemos marcar uma happy hour?
- Fechado!
Encontraram-se e vários negócios foram feitos a partir dali. Sem muito esforço seu segredo permanecia guardado: ligava aleatoriamente para telefones, passava por amigo e, assim, conquistava novos clientes.
* * *

A vida é a melhor ficção. Em segundos tudo muda, não adianta planejar. Planejar gera ansiedade (quando vai acontecer?) e frustração (por que não aconteceu ainda?). Existe uma aparente lógica para o desenvolver da vida, claro, mas convenções sociais nem sempre são úteis. Somos ensinados que na vida adulta adquire-se responsabilidade, só que já nascemos naturalmente responsáveis. O motivo de alguns perderem isso no decorrer da existência, não sei.

Brincar é a principal atividade infantil – e toda brincadeira é combinada antes, instintivamente há preocupação com que o outro participe e se divirta também. Desde o brincar de esconder-se, do pega-pega, do “faz de conta que...”, o que vai acontecer é combinado antes. O momento da brincadeira terminar também o é. Mesmo assim, com tudo combinado antes, às vezes não dá tão certo, como quando a mãe interrompe para um lanche.

Crianças grandes também podem continuar brincando de “faz de conta” de forma salutar, censurar-se só atrapalha o viver e demonstra preconceito. Impressionante que para alguns seja impensável brincar que o taxista é seu motorista particular, mas não se importam em adquirir um veículo cujo leasing não é possível pagar. “Fazer sinal para o Jarbas parar” é atitude de criança grande responsável. Ter além das posses é enganar, mentir – prejudica quem confiou, mesmo que a confiança tenha sido por parte do vendedor. O mesmo pode ser empregado em relação à aquisição de roupas e acessórios: diferente de poder tê-los é viver para obtê-los e obtê-los sem pagá-los (furto).

A realidade é uma constante transformação. A imaginação é a ferramenta que temos para nos adaptar a ela. Crianças lidam com isso muito bem, adultos parecem que abandonam essa característica natural e apenas a observam de longe através dos filmes, teatro e livros. São as atitudes que fazem toda a diferença. O exercício da criatividade manifestado, por exemplo, no brincar, torna a vida mais leve e é mais fácil de compartilhar com os outros. Bem diferente é a mentira, o “faz de conta” sem combinar antes; uma dissimulação manipuladora que decepciona, desagrega e magoa – e que um dia será descoberta.

Se não raro nos surpreendemos com as reações que temos, perda total de energia tentar ser o que não somos: a qualquer momento tudo pode mudar mesmo. Expressar-se de forma clara melhora as noites de sono, por mais difícil que possa parecer em um primeiro momento, é um hábito recomendável a todos. Equívocos podem ocorrer, mas é engano representar – fingir demonstra irresponsabilidade, descomprometimento com si e com quem estiver à volta. Em períodos de transição e em momentos de fartura, confiança em que nos faz companhia é essencial.

* * *

Semana que vem começo a oficina de roteiro cinematográfico. Fiquei muito feliz em ter sido selecionada. A expectativa está grande: foi após uma oficina no Museu da Língua Portuguesa, “Escrevivendo São Paulo”, que criei coragem para publicar esse blog. Acredito que os encontros direcionados para a redação de roteiro serão muito válidos para eu organizar algumas idéias que ainda estão “na gaveta”, há vários “faz de conta” para contar!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Felicidade

Se pudesse ter agido de outra forma,

nem desconfia qual seria.


Fome, não tem.

Amigos, os mantém.


Constantemente a vida lhe transforma

sem euforia.


O novo convém.

O presente e o passado também.


Reflete, respeita e só segue a norma

coerente com a harmonia


Escolhe bem

Com amor todos lhe veem.