Feliz é a lágrima que se liberta do olhar, mesmo que
sozinha, mesmo que logo se acabe, mesmo que venha a ser escondida, pois tudo
que podia intensamente viveu. Triste é o sorriso treinado, esconderijo frágil
que mantém distância e dá segurança ao superficial convívio. É como rir de
alegria e chorar de tristeza. Que importa?
As diferenças importam pelos pontos em comum que possuem, pelo inesperado que proporcionam. E
como tem gente esquisita no mundo! Não que isso lhe importasse, mas observar ao
redor, quando o redor não é familiar, servia-lhe de distração. Passatempo que vira
trabalho e trabalho que ajuda a passar o tempo.
Fones de ouvido que impõem uma futura
surdez e a música tocada aos que não lha escolheram. Seriedade ao jogar no celular durante a espera – qualquer espera. Apressar
o passo, mas nem tanto, para assim melhor conversar. Falar distrai a distância,
distrai quem fala, mesmo quando o assunto é sério, mesmo que não se ouça o que
é dito. Ouvir o que não lhe é dito, mas jogado ao vento, é mais lúdico do que
esquisito: são problemas que não precisará resolver; dores que não precisará
sentir; falas, ações, reações que a outros poderão servir; comemorações às
quais poderá anonimamente ir.
Quem não ouve, não se move, não muda ou não fala pode parecer
seguro (assim como o silêncio torna a todos sábios), mas tal qual o sorriso
treinado apenas esconde-se da esquisitice que é a felicidade da lágrima.
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