Viajar é mudar de hábitos, de preferência hábitos que se possa escolher. Geralmente acabamos absorvendo extremos: nada fazer ou fazer o máximo possível.
Há alguns anos, defendi, contrariando a maioria dos autores da área, que turismo não exige deslocamento, apenas mudança de hábito. E não afirmei considerando a realidade da exceção da exceção - a capital paulista - que sempre tem muita coisa para se fazer e em todos orçamentos, mas qualquer realidade.
Por exemplo: não conseguirei fugir do frio no próximo feriadão e ficarei em casa. Escolhi que farei turismo gastronômico, mas de uma forma diferente (novo hábito), que qualquer pessoa tem condições de imitar e se divertir... Não, não "viajei na maionese" - e, se sim, eis também novo hábito. ;)
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Se você viaja com frequência, principalmente se já esteve fora do país por um período longo o suficiente para não apenas sentir saudade, mas torcer para voltar logo e comer de novo...
Preencha as reticências com o(s) prato(s) que quiser. Tente lembrar se, ao retornar da viagem, você o degustou dignamente. Provavelmente não, talvez no máximo tenha dito "mãe, tava com saudade do seu feijão". Aí que vem minha sugestão para sua próxima excursão turística: antecipe o que você já deveria ter feito, dê valor ao que está tão presente em você que nenhum deslumbramento tira. Assim aproveitará melhor o próximo destino, com menos saudade, e terá dado à comida a merecida dignidade.
No meu caso, sem dúvida, farofa é o que mais sinto falta de comer. Gosto de farinha de mandioca de qualquer jeito: crua, torrada, fria, aquecida (com ou sem gordura). Também poderia ser prato principal. Na gíria, eu não concordo, é o arroz quem só acompanha, não a farofa, que combina com todos os pratos salgados e democraticamente misturar-se com qualquer picado (o arroz faz melhor, ainda fica bom doce, mas isso é outra história).
Pois bem, planejando meu turismo de feriadão, provavelmente chuvoso e frio, fui ao supermercado: comprei 1 pacote de cada farinha de mandioca existente, três na verdade: crua, grossa e torrada. Depois, passeei pelas prateleiras pensando o que poderia colocar no meu "pout pourri". Ainda estou planejando o roteiro, decidindo o que, com o que e como cozinhar. Vou anotar tudinho para, na volta de outra viagem, já saber como comemorar meu retorno.
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Receita que aprendi, amei e esquenta: faça chocolate quente sem colocar açúcar (use chocolate bom, em dosagem em que o chocolate fique forte, não tente com achocolatado). Pingue 3 gotas de molho de pimenta no fundo do copo ou caneca e sirva o chocolate quente. O calor fará a pimenta misturar-se (não suja nem colher!).
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