Costumava passar por ali, mas só naquele dia notou o cartaz “workshop
– grátis”. O assunto interessava-lhe. O horário era compatível com outras
obrigações assumidas. Anotou o link.
Em casa, não encontrou a ficha de inscrição. Pena, começaria
no dia seguinte. Mais tarde, pensou que talvez as inscrições estivessem
encerradas, que talvez alguém pudesse ter desistido. Afinal, quando é grátis, as pessoas desistem mais fácil, menos ainda se comprometem, apenas impedem outros de terem acesso.
Chegou com alguma antecedência, para saber se poderia
participar. O rapaz da recepção nada sabia. A sugestão foi procurar certo
fulano. Lá se foi. Fulano dava ordens e perguntou-lhe por qual evento estava
ali. Ouvindo a resposta, indicou-lhe a sala.
Foram três dias muito produtivos. No intervalo do terceiro
dia, porém, fulano pediu para lhe falar. Vexame, a palestrante reclamou da
conversa paralela. Mas fulano estava preocupado: o evento era exclusivo para
selecionados, ele precisava prestar contas e tinha aquele nome acrescentado à
caneta na 15ª linha da lista de presença. Pior, os certificados já haviam sido impressos no
momento da inscrição, em número limitado, sem possibilidade de qualquer
alteração.
Certificado? Compreendia a situação, não iria criar caso – experiência
era o que importava. Nem perguntou se poderia continuar, apenas ali permaneceu.
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