A foto acima foi tirada na Bienal, que termina no próximo
domingo. Ela, junto com uma frase que em insistente tilintar acompanha-me há
semanas pertubaram minha leitura noturna.
Não vou explicar sobre arte, pessoas que sabem bem mais do
que eu já não conseguiram fazer direito... Mas naquele workshop que contei para
vocês que participei por acaso, ficou muito claro que se você quiser provocar
determinado resultado o que você está fazendo não é arte, apenas propaganda.
Arte instiga com liberdade, quem tem acesso pode concluir de forma contrária ao
artista.
Arte ruim, neste sentido, é aquela que não é percebida, que
as pessoas passam em frente e, por diversos motivos, nem olham. Gostar de uma
obra, concordar com sua mensagem, pode significar tanto divertimento quanto rejeitá-la.
A essência de toda arte é a consequente mudança de estado de espírito e
possível reflexão.
Neste contexto surge a frase da outra oficina, a de que o
importante é o que não está dito. Tanto nas artes quanto no cotidiano aguçamos
e repreendemos os sentidos. A escrita sugere, o leitor decide. Enquanto houver
silêncio, o texto protege e separa ambos. O artista sabe que as possíveis
leituras não estão escritas e são elas que interessam, pois só elas têm algum
sentido - e não o texto em si.
Não descobri o autor da frase, mas para mim foi
muito mais artística do que várias instalações plásticas na Bienal, cujas
propostas e provocações os monitores precisam explicar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário