Eis que a fictícia pessoa resolve viajar para um local que é
centro turístico no sentido mais amplo da palavra. Lá, tudo que faz é tirar
foto em frente às mesmas lojas existentes em sua cidade. Um pouco para se
sentir em casa, outro para consolar por diferentes motivos quem lá não foi.
Nas lojas, outras que não são as fotografadas, procura por
cópia de produtos que não pode comprar – a marca impressa legível é a grande
preocupação. Poderia adquirir similares, de qualidade tão incerta quanto a
fake, mas só quem estiver próximo saberá - e o previsível é a superficialidade
dos que pelo status afastam e se afastam.
Além disso, se roubarem, terá perdido menos em números
absolutos do que se o original tivesse e conseguirá calar os invejosos que
desconfiaram da pirataria (cálculos em números percentuais nunca serão revelados). A proporção gasto x orçamento não lhe interessa por ora.
Resta posta a questão: ter e não ter amigos que têm, não ter tendo amigos que têm, ter dizendo ter amigos que têm - demonstram não saber ter.
Trabalhar ou economizar para um dia adquirir a versão original
nem pensar. Verdadeiro demais. Arriscado demais. Melhor exibir ano após ano cada coleção - compromisso demais escolher só um e com apenas um a vida toda ficar. E se não vale ter apenas um, por que imitar? Admiração não há, nem por quem cria, nem por que lhe olha, só a representação de viver.
Basta ser como se é - certamente já ouviu isso antes - não precisa ser diferente, mas e quando ser é o ter que não é?
Nenhum comentário:
Postar um comentário