Queijo fatiado esquecido na pia durante a noite |
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
domingo, 27 de novembro de 2016
segunda-feira, 23 de maio de 2016
Aos poucos e pela borda
Hoje há alguns consensos:
1) É necessário mudar as regras trabalhista e previdenciária.
2) Não há contexto político ou econômico para redução de
direitos.
Como conciliar os interesses envolvidos?
Existe uma “classe” de trabalhadores que é negligenciada
pelos sindicatos: os que têm remuneração acima do teto da previdência. São profissionais
acessados durante as suas férias, que não sabem o que é hora extra. A sugestão
envolve estas pessoas. Explico:
É usual as convenções coletivas possuírem dois índices de
reajuste, com maior aumento a quem tem menor salário. O salário que define os
reajustes, não por coincidência, costuma ser superior ao teto da previdência, afastando
o risco de eventual execução fiscal por parte do INSS.
É usual também, ao ser promovido, o profissional ser convidado
a ser sócio ou a virar pessoa jurídica; uma forma de diminuir o custo
trabalhista para a empresa e de se ter maior remuneração por abrir mão de
direitos. Integrar pessoa jurídica também é a alternativa encontrada por quem é
demitido.
Apesar do aumento da remuneração, poucos são os que mantêm a
contribuição para o INSS – se é que contribuem. A regra é não contribuir ou
contribuir pelo piso, apenas para contar tempo (se vier a ser estabelecida uma
idade mínima para aposentadoria, sem considerar tempo de serviço,
proporcionalmente o operacional vai contribuir muito mais que seus chefes).
Do lado do empregador, são micro e pequenos empresários que
absorvem a mão de obra qualificada e experiente, muito cara para ser celetista.
Contratação de prestador de serviços tem menor custo e é mais flexível, não
exige um terceiro intermediário para contratações temporárias nem dita prazo
para período de experiência.
Eis aqui a sugestão, que pode ter efeito tão simbólico
quanto a exoneração dos comissionados – porém que ajudará parcela da população
que precisa simular as relações de trabalho: permitir, para quem receber acima
do teto da previdência, a contratação por tempo determinado sem intermediário
ou anuência do MP do trabalho. Sua renovação, porém, passaria a ser
obrigatoriamente pela CLT.
Hoje a terceirização é proibida para a atividade fim da
empresa e acaba recaindo para mão de obra de baixa qualificação. A contratação
temporária, que não pode ser feita diretamente, também é feita com quem tem
baixo salário. Isso continuaria igual.
A nova possibilidade pode ajudar a reinserção de quem perdeu
emprego e diminuir risco do empreendedor que contrata, além de desestimular
jeitinhos: uma lei possibilitando contrato em caráter pessoal, para quem recebe
acima do teto do INSS, por prazo determinado, sem que isso signifique vínculo
de emprego.
Com prazo máximo de 11 meses, renovável apenas via CLT, neste
novo contrato temporário deve ser indicado o projeto que será feito pelo
profissional e respectivo cronograma. Se o profissional terminar o projeto antes,
o período com a remuneração mensal permanece a mesma – se o cronograma atrasar por
mais de 1 mês, o contrato pode ser rescindido. Após 11 meses, se houver qualquer
contratação – outro contrato temporário ou via CLT - o trabalhador terá direito
a 1 salário.
Não seria a primeira tentativa de ampliação na base de
contribuintes, isso já ocorreu na instituição do MEI, aqui não há desconto na
tributação (na negociação, o FGTS até pode vir a ser facultativo, conforme
contrato, com ou sem multa).
As vantagens são (i) a segurança do empresário que contrata, de que não vai responder a uma reclamatória trabalhista pedindo dissídio, hora extra, adicionais diversos), (ii) o profissional passa a ter uma outra alternativa para manter-se no mercado de trabalho, mantendo-se com benefícios que não tem quando é prestador de serviço e com a tributação que já está acostumado; (iii) contratações temporárias oxigenam as empresas e permitem maior número de pessoas beneficiando-se de um mesmo posto de trabalho; (iv) ampliação do número de beneficiários do INSS recolhendo pelo teto (há alguns anos o governo fez um esforço equivalente com a criação do MEI, aqui, pelo mesmo custo por beneficiário, a arrecadação será muitas vezes maior).
domingo, 22 de maio de 2016
Diálogos de Sábado à Noite
- Aqui é a Paulista?
- É.
- Parece o Brás, você sai do metrô e já tropeça em camelô.
A menina equilibrava-se em um salto fino. Caminhava, falava e observava o movimento frenético do vendedor de churrasquinho de gato fazendo fumaça para chamar a clientela. O diálogo acabou porque ela tropeçou de costas nos sacos de lixo que ocupavam a calçada. E eu cultivando a paciência, parecia ter tido êxito ao desviar do abre e fecha das panelas do milho (é um corredor polonês de carrinhos de comida), mas com o tombo dela diversas lufadas vieram em minha direção. Não lembro deste marketing desrespeitoso no Brás, só dos sacos de lixo atrapalhando a calçada.
terça-feira, 10 de maio de 2016
Programa Cultural
A imagem é do painel eletrônico, mas o quadro está lá também. "O triunfo da cor: o pós impressionismo", no Centro Cultural Banco do Brasil é daqueles programas que logo, logo vai exigir
paciência na espera.
As visitas guiadas são para grupos de 15 pessoas, já agendados. Visitas individuais também têm hora marcada, basta levar o ticket impresso ou no celular. Senti falta de um audioguia (tinha que ter baixado no celular). A maioria das pessoas, no entanto, só olham e dão um passo ao lado.
Se você estiver no centro da cidade, vale a pena tentar: sempre tem quem falte e, com isso, ingressos são liberados. A exposição, montada a partir do acervo dos muses d'Orsay e d'Orangerie, fica em São Paulo até 7 de julho - depois segue para o Rio. Horário: 9 às 21hs, fechado às terças.
sábado, 12 de março de 2016
Aos cientistas de plantão
Acabo de matar o segundo Aedes Aegypti que vi na vida. Ver o mosquito foi parecido com a entrada em um museu, quando se fica em frente às obras de arte já conhecidas. Faz umas seis semanas que aconteceu a primeira vez. Ao contrário dos outros mosquitos, que voam ferozmente contra o jato do inseticida, foi fácil matá-lo - sem reação alguma no vidro da sacada.
Mesmo sem vestígios de sangue, o ineditismo de vê-lo em casa abalou as estruturas, foi no dia em que a chuva começou e que também coincidiu com a mudança das plantas na portaria. Foram 5 mosquitos em poucos dias. Fiquei dias queimando veneno em espiral até achar que estava tudo bem.
Hoje, ao ligar a luz da cozinha, vi que tinha um inseto escorregando na parede: outro Aedes. Ele tentava pousar e caía no chão, bastou uma pisada certeira. Faz exatos 10 dias que a parede foi pintada, a tinta é daquelas fáceis de limpar, o que a deixa com um acabamento brilhoso. O que não consigo definir é se é melhor ter uma parede em que o mosquito não pára ou se é melhor um lugar em que ele fica paradinho.
Tive um colega que estudava armadilhas para Aedes Aegypti, em pneus e ambientes escuros, ele colocava fita dupla face, para ovos e fêmea ficarem presos. Aqui é o contrário: o mosquito não consegue pousar. Em ambientes com poucos lugares para pouso, ele cairia fora ou ficaria exausto. Será?
Biólogos e químicos de plantão: haveria um revestimento a ser utilizado em casa capaz de afugentar o mosquito e outros insetos? Eu começaria a pesquisar em estruturas lisas e escorregadias, Já pensou? Simples assim para o mosquito não querer entrar em casa? Fica a dica, todos agradecem por pesquisas a respeito.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Lidando com os tipos
Se o ano começa após o carnaval, este ano o carnaval
coincidiu com o ano novo chinês, que sempre é lua nova, uma data para inícios.
Resolvi começar um arquivo eletrônico e jogar fora uma
papelada que pouco consulto, porém que sempre acho que um dia será útil.
A apostila de um curso sobre dicas de apresentação, feito em
outubro de 2001, é um desses exemplos. Gostei tanto que resolvi dividir com
vocês o que eles falam sobre lidar com os diferentes tipos psicológicos de
participantes:
“O NERVOSO”: perguntar primeiro qual a posição dele. No
cafezinho, aproximar-se para verificar se o problema foi resolvido. Não
retruque, fique calmo, e impeça que ele monopolize a discussão. Gente carente, quando recebe atenção, fica
mais calma.
“O POSITIVO”: dê a palavra pra gente assim.Vergonha alheia apoiar puxa-saco.
“O SABE TUDO”: tentar neutralizá-lo, porém deixe-o por conta
do grupo. É aquela criatura que consegue
sozinha fazer o pessoal deixar de levá-la a sério.
“O FALANTE”: use o tato e limite o seu tempo. Quem define o conteúdo é o palestrante –
sempre – se faltar tempo, foi o palestrante (e não o participante falante) quem
errou.
“O ACANHADO”: fazer perguntas fáceis para que ele fique mais
confiante e, sempre que possível, elogie a sua contribuição. Ignore toda e qualquer timidez, respeitar o
jeito do outro pra quê, né?
“O QUE NÃO COOPERA, NÃO ACEITA”: reconheça a sua experiência
e explore-a. É uma versão do nervoso, só
que sempre do contra.
“O DESINTERESSADO”: peça exemplos a ele, dirija perguntas
sobre sua atividade. Alguém sabe se quem
digita no celular está interessado, anotando o que é dito, ou se está no whats
ou jogando?
“O ORGULHOSO”: sempre tem uma opinião e a última palavra é a
dele. Não o critique, use a técnica ‘sim, mas...’ É o sabe tudo de amanhã.
“O PERGUNTADOR RESISTENTE”: é quem fala alto o seu raciocínio,
induzindo o atrapalhando a construção do raciocínio dos outros, ou então
procura desconsertar e medir força com quem fala. A dica é passar para o grupo
as suas observações e perguntas. Chato sempre
deixe para os outros.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Carnaval na Capilal Paulista
Não é a primeira vez que passo o carnaval em São Paulo, porém é a primeira vez que fico na capital e vou conferir o que a cidade tem para oferecer. Tudo "culpa" dos bons comentários a respeito da organização.
Vi no pré-carnaval do Ibirapuera o controle de seguranças privados verificando o interior das bolsas impedindo vidro de entrar. A organização foi providenciada pela Amstel, marca de cerveja da Skol, logo era dela a exclusividade na comercialização. Um caminhão ao lado da praça com o comércio ambulante de comida garantia o abastecimento de cerveja e gelo. Eu ganhei balão, chapéu e, talvez por não consumir nada, achei uma sacanagem o pessoal ir para fora do cordão só para comprar bebida concorrente.
A experiência foi muito boa, cantei e dancei por algumas horas. Saí porque de repente pareceu que todo mundo percebeu como estava bom o lugar que eu estava, apesar do som dispersar pelo parque (ou por causa disso, o que permitia conversar sem esforço). Preferi guardar energia para um outro dia a insistir.
Bem, em pleno carnaval, nada de flanelinha na região da Vila Mariana. Já sabendo dos atrasos, cheguei algumas horas depois para um bloco que me pareceu adequado à diversão. Acertei. Foi muito fácil aproximar-se do carro de som, as famílias ficavam longe e à sombra. Ganhei mais chapéu, dessa vez nos modelos e cores que eu queria.
Para mim, o ponto forte foi cantar Wando em ritmo de marchinha - porém não fiquei nem até a metade da festa. O sinal amarelo foi uma garrafa de vodka quebrada no chão, que deixou meu pé melado e vergonhosamente sujo. Olhando para o chão, foi por milagre não ter ainda chutado qualquer long neck ou latinha.
Dessa vez vendia-se de tudo, estando cadastrado ou não, ou seja, as pessoas ficavam gritando o que estavam oferecendo, atrapalhando quem só queria dançar e cantar (eu, por exemplo). De comida, só a fantasia de um garoto: batata-frita, que achei genial.
Ainda há muito a ser melhorado, não vou me surpreender se criarem camarote nos próximos anos.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
São Paulo
Percebi que minha primeira
lembrança de São Paulo é a de um lugar próximo à Terra da Fantasia: as revistas
em quadrinho e os livros didáticos vinham de lá. Por muitos anos, o que me foi
permitido conhecer restringia-se ao trecho Dutra-Régis Bittencourt, com várias
empresas conhecidas, atiçando ainda mais a imaginação infantil.
São Paulo foi a cidade que
escolhi para viver – e o encantamento ainda está presente, aliás, nunca
diminuiu. Sem dúvida há problemas, os mesmos das outras cidades de médio e
grande porte, principalmente as brasileiras. De forma certa ou errada, a cidade
está sempre se reinventando, as pessoas estão sempre chegando e partindo – o
que é perceptível até a estranhos.
Após tanto tempo ouvindo que a
cidade não pára, que o trânsito é infernal, que paulista só trabalha, e tantas
outras críticas, eu diria que estas são vantagens de viver aqui, possibilidades
de crescimento às quais as pessoas que criticam têm dificuldade em aceitar.
Sob a perspectiva do desapego,
cada vez mais na moda, São Paulo continua sendo uma cidade de vanguarda: ter
sempre pessoas na rua, haver lojas abertas, permite que cada um viva em seu
ritmo ao invés de seguir o que a sociedade segue; o trânsito infernal ajuda a
descobrir novos caminhos, à mudança de endereços, a conhecer mais pessoas, a
desenvolver outras atividades; a sensação de reduzir a vida ao trabalho, a
repensar na decisão profissional.
“Conduzo, não são conduzido” é o
lema da cidade que começou com um colégio. Conduzir a própria vida é da
essência deste canto do planeta, um desbravamento que torna a coragem
bandeirante um lugar comum na escola da vida.
Nascimento de uma cidade é uma
convenção que tenho certa resistência a aceitar; para todos os efeitos hoje esta
cidade faz 462 anos, uma adolescente rebelde que ainda está em formação e se
descobrindo.
sábado, 23 de janeiro de 2016
2016
Quase
final do mês e percebo, ao reler a lista de resoluções para 2016, que já a
descumpro: “retomar o blog” está escrito, enquanto muito escrito falta no blog.
Continuo
tendo ideias mil e vendo cenas daquelas dignas de ficção, só que depois que
precisei instalar o tal Windows 10 e ele veio com joguinhos que funcionam sem
internet, sentar em frente ao computador e ficar pensando dá jogo – mesmo agora,
em que a perspectiva de feriadão caseiro permite-me relaxar escrevendo.
Também
aconteceu este mês de eu fazer uma maratona entre laboratórios clínicos. Cinco
jejuns em 3 semanas bagunça a vida de qualquer um, convenhamos. O pedido médico
era um formulário, várias listas de exames com xis marcados à caneta. Quando a recebi
achei o máximo a praticidade e organização: consegui entender até para o que
serviam.
Fui
ao laboratório recomendado pela médica. A atendente, após confirmar com a chefe
dela, disse-me que um dos exames eles não faziam – e que para dois eu teria que
permanecer 24 horas em casa. Resolvi fazer os demais, voltei ao consultório e
peguei novo pedido com o exame que faltava (ela preencheu toda a coluna dele de
novo).
Com
o novo pedido fui ao laboratório concorrente, disseram-me que faziam o exame,
porém que não para o meu plano de saúde. Agradeci e fui à “versão popular”
daquele laboratório. O atendente não achou o exame no sistema, a chefe disse que
fazia – só que eu já não estava mais em conformidade com o seu preparo. Voltei
outro dia, porém queriam o carimbo da médica (não valia o nome impresso com
assinatura em cima).
Como
se tratava de um lugar que por experiência passada nunca mais voltei, resolvi
não insistir, procurei outro concorrente e eles também não tinham o tal exame.
Por fim, consultei por telefone um outro laboratório que me garantiu fazer o
exame, só que ao chegar lá (em jejum, que dúvida) pediram-me desculpa pelo equívoco
na informação.
Na
consulta, descobri que além de estar à procura do exame errado, o castigo 24h
em casa foi para um exame que não havia sido pedido, logo que deveria ser refeito.
Típica situação que nem adianta reclamar, aliás, reclamar para quem? No setor
público o prejuízo seria do SUS, no privado, ou do plano de saúde, ou do
laboratório se der glosa. Em ambos perde o paciente – eu mesma, que ainda estou
em dúvida se mudo ou não de doutora.
Neste
curto ano há outros fatos enrolados como narrado, daqueles que só recorrendo à
astrologia para tocar em frente com equilíbrio. É que do dia 6 ao dia 25 o
planeta mercúrio, responsável pela comunicação, está em movimento retrógrado, o
que significa dificuldade de comunicação. Na dúvida, jejum para novos exames,
só faço semana que vem.
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