terça-feira, 21 de agosto de 2012

A sedução das promoções ou como uma cafeteira pode provocar questionamentos quanto a ausência de preconceito em relação ao desconhecido.

Comprei uma cafeteira elétrica. Já faz algum tempo, é verdade. Se não contei antes é porque pressenti a história que estava por vir.

Tudo começou em uma promoção, não da cafeteira – mas do cartão de crédito: a cada comprovante de compra acima de determinado valor um brinde seria dado. A foto era linda! Fui ao posto de troca e conclui que o brinde também era.

Passei alguns dias esperando a vontade passar. Nada. Na minha lista de objetos de desejo, nenhum com valor próximo à compulsória compra. Lembrei-me, então, do supermercado – comprar comida não seria exatamente um desatino.

No dia em que a fatura do cartão fechou, conferi se ainda havia brindes a serem distribuídos e fui ao supermercado. O carrinho ficou cheio, aproveitei muito boas promoções, mas o valor necessário estava longe...

Foi então que o locutor anunciou a cafeteira. De marca desconhecida, made in China, ela custava aproximadamente 8 embalagens de coador de papel – e não precisava deles para funcionar. Uma pechincha.

Esquivei-me do vendedor do eletro e passei todas as compras no mesmo cupom fiscal. Extrapolei cinco centavos do valor necessário, mas não peguei a nota fiscal, documento imprescindível para a garantia.

Brinde trocado e vários cafés depois, a cafeteira passou a vazar água. Coloquei-a na caixa e voltei ao supermercado. A funcionária avisou-me que se o mês tivesse mudado, ela não conseguiria emitir a nota fiscal e eu ficaria sem garantia alguma (será que o Procon sabe desse procedimento?) Bem, saí de lá com uma cafeteira nova, que durou até ontem, quando começou a vazar água.


Seis meses depois, organizei-me e voltei à loja. Perguntei quanto ao procedimento de troca. Disseram-me que seria possível, tendo em vista  a ausência de autorizada para o conserto. Voltei dias depois com a cafeteira na embalagem original e respectiva nota fiscal. Escolhi um dia sem chuva, em que não havia mais cafeteiras daquele modelo - aguardei o tempo necessário até o gerente autorizar a troca por qualquer outro produto. Foi mais fácil do que eu imaginava, confesso.
 

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