Tenho percebido a dita mudança de parâmetro muito mais como uma mudança de nomes do que alguma alteração significativa. Algumas das coerografias e músicas do atual universo infantil, que alguns incentivam e outros se escandalizam, é um exemplo.
Eu achava tristíssimo saber que o boi tinha morrido e ficava com pena da vaca, anos depois é que descobri que havia touro, que a vaca talvez até tivesse vivido melhor sem o boi. Para a criança urbana, parece-me mais adequado cantar
"Muita água ferveu
não será desperdiçada
pinga um limão, qu'esfriando
vira limonada"
Simples, com coreografia acessível a todas gerações e - se houver algo que a criança pergunte - terá uma explicação ecologicamente correta.
* * *
Provavelemente muito pouco se sabe sobre o Itororó de quando "lançaram" a famosa cantiga, quando a criança perguntar seu significado, talvez mais confusa fique, ou então vai compreender a convenção de uma relação superficial (tem versões que o cantor encontra e deixa a linda morena, em outras encontra e beija, sendo ela totalmente desprovida de vontade). Para que o inconsciente não grave tal convenção, algumas sugestões:
Fui na biblioteca,
Muitos livros encontrei
Li histórias divertidas
Com certeza voltarei.
Fui na biblioteca
Com as letras eu brinquei
Pintei lindos desenhos
Com certeza voltarei.
Fui na biblioteca
Muitos vídeos encontrei
Achei divertido
Com certeza voltarei
Certamente existem versões mais criativas, o que não dá é para estimular quem às vezes sequer está falando a atirar o pau no gato...
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