Pragas Urbanas
Cecília Meireles tem um poema que descreve a receita de veneno para baratas, lembro de tê-lo lido na escola. O Google, no entanto, não foi tão eficiente em apontá-lo. Mesmo assim lhes garanto que há e é tão precioso quanto o do Chico Bolacha.
Recentemente estive em ambiente tropical no qual surpreendi-me por não ver nem baratas, nem ratos. Usavam, para ratos, em ambiente de ampla vegetação e consumo de comidas, a ratoeira da foto. As baratas, não sei porque não havia - talvez fosse excesso de galos, galinhas e pintinhos ciscando por tudo: rodovias, pátios e telhados.
Hoje, ao sair de um bar com amigos, um morador de rua pediu-nos ajuda: ele precisava de dinheiro para comprar velas e, com elas, afastar ratos. Velas de sete dias não adiantavam, ele precisava de 2 pacotes por noite de velas simples, oito por vez. Estava descalço porque a ausência de claridade impedia-o de achar tanto o tênis ganho quanto os dois chinelos de dedo que possuía.
Não sou de distribuir esmolas, nem sei se foi efeito da cerveja ou da companhia dos amigos ou a argumentação coerente do rapaz: o certo é que distribui algumas das moedas que tinha, achei honesto ele mencionar que o restaurante da esquina da Av. Paulista com a Joaquim Eugenio Leite lhe garantia uma marmita diária mais uma cesta básica de vez enquando e de que sua necessidade era de velas, não de comida. Também ter mencionado ter o que calçar foi argumento relevante ao seu pedido de esmola.
Básico do básico: ter condições de dormir. E, para quem não dorme, afinal, por precisamos desviar de baratas toda vez que chove? O que é feito para combater pragas urbanas? Será que o interesse eleitoral em exterminá-las é o mesmo de canalizar o esgoto? Será que não dá voto? Dúvidas...
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