domingo, 24 de julho de 2011

Mentira tem perna curta: descobre-se logo.

Férias em Natal. Naqueles dias de frio a certeza de sol foi decisiva na escolha do destino. Dividiriam o pacote, eram apenas colegas de trabalho, não eram amigas, nem almoçavam juntas, mas a possibilidade de fugir do frio aliada à situação econômica justificavam o risco.

Após a praia, atualizavam seus e-mail e redes sociais, ambos repletos de notícias da chuva, do frio e sua falta de conforto. Estavam felizes, tudo transcorreu muito bem.

No primeiro dia de trabalho após as longas férias de uma semana, levaram as fotos. Souberam que o cunhado da discretíssima chefe também teria estado em Natal, mas a trabalho. A confidência foi feita quando ela o reconheceu na mesa do restaurante atrás do bar em que estavam suas funcionárias, apesar de ter virado o rosto no momento da foto.

Ele estava acompanhado, e elas lembravam-se bem do casal por causa do forte perfume e do vestido nada discreto da moça. Houve então a primeira discussão: contar ou não contar para a chefe o que havia sido presenciado.

A colega fofoqueira contou sozinha, mostrando outra foto em que o cunhado abraçava a moça. Só que não conseguiu saber se a chefe foi-lhe grata, indiferente ou se detestou saber a informação, pois, no ambiente de trabalho, permaneceu discreta como sempre fora, exceto ao analisar a foto das funcionárias.

A colega omissa, por sua vez, ao saber que a companheira de viagem havia contado, não conteve-se de curiosidade e, na primeira oportunidade, pediu conselho à chefe: afirmou que soube da traição do cônjuge de uma pessoa próxima e não sabia se contava ou não a ela. Mas a chefe desconversou dizendo que se tratava de algo muito pessoal.

O fato é que semanas depois a chefe tirou uns dias de folga: ela viajou para Natal (e não foi sozinha).

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