Férias em Natal. Naqueles dias de frio a certeza de sol foi
decisiva na escolha do destino. Dividiriam o pacote, eram apenas colegas de trabalho,
não eram amigas, nem almoçavam juntas, mas a possibilidade de fugir do
frio aliada à situação econômica justificavam o risco.
Após a praia, atualizavam seus e-mail e redes sociais, ambos
repletos de notícias da chuva, do frio e sua falta de conforto. Estavam
felizes, tudo transcorreu muito bem.
No primeiro dia de trabalho após as longas férias de uma semana, levaram as fotos. Souberam que o
cunhado da discretíssima chefe também teria estado em Natal, mas a trabalho. A confidência
foi feita quando ela o reconheceu na mesa do restaurante atrás do bar em que
estavam suas funcionárias, apesar de ter virado o rosto no momento da foto.
Ele estava acompanhado, e elas lembravam-se bem do casal por
causa do forte perfume e do vestido nada discreto da moça. Houve então a
primeira discussão: contar ou não contar para a chefe o que havia sido
presenciado.
A colega fofoqueira contou sozinha, mostrando outra foto em
que o cunhado abraçava a moça. Só que não conseguiu saber se a chefe foi-lhe
grata, indiferente ou se detestou saber a informação, pois, no ambiente de
trabalho, permaneceu discreta como sempre fora, exceto ao analisar a foto das
funcionárias.
A colega omissa, por sua vez, ao saber que a companheira de
viagem havia contado, não conteve-se de curiosidade e, na primeira
oportunidade, pediu conselho à chefe: afirmou que soube da traição do cônjuge de
uma pessoa próxima e não sabia se contava ou não a ela. Mas a chefe
desconversou dizendo que se tratava de algo muito pessoal.
O fato é que semanas depois a chefe tirou uns dias de folga:
ela viajou para Natal (e não foi sozinha).
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