Nas artes, assim como no esporte e em outras atividades,
busca-se e admira-se a superação. O esportista bate recordes – seus e em
relação aos outros – é um critério objetivo. Artistas podem vir a ter
obra-prima, alguns têm seu conjunto artístico estudados, mas nem sempre é
possível precisar porque uns se sobressaem aos outros.
Estive na atual exposição do prédio da Bienal. “Em nome dos
artistas – arte contemporânea norte-americana na coleção Astrup Fearnley”
estará disponível até dia 4 de dezembro.
Na visita guiada, o destaque foi a informação constante de
quem efetivamente havia trabalhado na obra, se o artista que a assinava ou se
uma equipe colocara na prática sua idealização. Muito mais do que o resultado
estético do que foi apresentado, o relevante da exposição são os
questionamentos que ela impõe, muito atuais em um país que aparentemente
discute os limites do plágio e da pirataria: quem é o verdadeiro artista, quem
faz ou quem divulga e torna a obra conhecida? O marketing é mais relevante do
que a obra de arte em si? O que torna um trabalho mais significativo do que o
outro? O seu preço? A sua lucratividade?
Quanto menos conhecimento se tem, menos se opina e maior a
suscetibilidade ao que é divulgado. A superficialidade ajuda a divulgação para
a massa, que a consome e a ela se acostuma – pelo menos até a próxima enxurrada
superficial. As obras que vi tornam claro esse processo. Se durante a exposição
você se questionar “afinal, o que estou fazendo aqui?”, a proposta dos
organizadores terá sido atingida.
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