A Folha noticiou que um casal de italianos, ele 70, ela 57 anos, casados há 21 anos, decidiu, após terem sido impedidos de adotar, fazer fertilização com óvulos doados, procedimento proibido na Itália.(http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/997439-pais-velhos-perdem-guarda-de-bebe-na-italia.shtml)
A polêmica instalou-se após a Corte de Turim colocar para adoção a menina gerada, hoje com um ano e sete meses, com o fundamento de que os pais teriam optado pelo procedimento sem pensar na criança, que provavelmente terá de cuidar deles em um momento da vida em que ela também estará precisando de atenção e cuidado.
Apesar da reportagem mencionar que junta médica avaliou ausência de vínculo afetivo entre mãe e filha e que a criança teria ficado sozinha dentro do carro, as limitações decorrentes da idade parecem ter sido a principal razão da decisão. Compreendo os argumentos mas não consigo aceitá-los.
Só sei que eu estava exausta, indo dormir, e a tal notícia me tirou o sono. Achei cruel de mais tirar a criança do casal devido à possibilidade da menina ter que cuidar deles no futuro. E imagina se a mulher que doou o óvulo sonhar que doou para uma criança ficar em um orfanato... Saberá a menina o real motivo de ser adotada? Ou crescerá pensando que não a quiseram?
O que falta é uma política para ajudar-nos a envelhecer, o desamparo ocorre mundialmente. A criança ou a adolescente será sobrecarregada se não houver infraestrutura de apoio à melhor idade, se não houver como abrigar-se caso fique órfã cedo. Mas isso pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade, pois há os que se vão antes da média de mortalidade, há os que sofrem acidente mesmo moços e permanecem em uma cama - assim como também há centenários lúcidos.
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