As noites de calor, nessa semana,
deixaram-me com a alma em festa. A lua cheia estava digna de perder o sono.
Tentei transcrever o momento, mas mesmo com considerável reflexão, nenhum texto em prosa conseguiu refletir o
poder daquele reflexo (a repetição de "refle..." é proposital). Fosse possível, escreveria à luz da lua, sem a claridade
do computador. Preocupei-me tanto em acertar que nada publiquei... Com a chuva de
hoje, a lua está atrás das nuvens e dos raios. Ocorreu-me, então, que a poesia –
e não a prosa – seria a forma mais adequada. Eis a adaptação da prosa:
A Lua
Dizem que este é o ano dela,
ela que durante todo o ano pode ser vista.
Às vezes as nuvens embaralham sua visão,
mas anteontem e ontem,
as nuvens ampliavam seu clarão.
Um lindo quadro a ser contemplado,
só ou com o ser amado.
Estamos no verão.
Anteontem e ontem,
fez calor de noite.
Calor que pouco se repete.
Calcei minha papete
e, muito contente,
fui celebrar a vida
na paulista avenida.
Caminhar com a fantasia
de uma brisa não marinha
em cada cruzamento.
Longe vai o pensamento
e todo esquecimento
traz muita alegria.
De volta ao apartamento,
no quarto, em nenhum momento,
qualquer luar aparecia.
Montei então acampamento
na sala, próximo à janela,
e adormeci contemplando
aquela lua tão bela.
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