sábado, 11 de fevereiro de 2012


As noites de calor, nessa semana, deixaram-me com a alma em festa. A lua cheia estava digna de perder o sono. Tentei transcrever o momento, mas mesmo com considerável reflexão, nenhum texto em prosa conseguiu refletir o poder daquele reflexo (a repetição  de "refle..." é proposital). Fosse possível, escreveria à luz da lua, sem a claridade do computador. Preocupei-me tanto em acertar que nada publiquei... Com a chuva de hoje, a lua está atrás das nuvens e dos raios. Ocorreu-me, então, que a poesia – e não a prosa – seria a forma mais adequada. Eis a adaptação da prosa:



A Lua



Dizem que este é o ano dela,

ela que durante todo o ano pode ser vista.

Às vezes as nuvens embaralham sua visão,

mas anteontem e ontem,

as nuvens ampliavam seu clarão.



Um lindo quadro a ser contemplado,

só ou com o ser amado.

Estamos no verão.

Anteontem e ontem,

fez calor de noite.



Calor que pouco se repete.

Calcei minha papete

e, muito contente,

fui celebrar a vida

na paulista avenida.



Caminhar com a fantasia

de uma brisa não marinha

em cada cruzamento.

Longe vai o pensamento

e todo esquecimento

traz muita alegria.



De volta ao apartamento,

no quarto, em nenhum momento,

qualquer luar aparecia.

Montei então acampamento

na sala, próximo à janela,

e adormeci contemplando

aquela lua tão bela.

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