-Quer dizer que você sempre acertou; em todos os momentos
decidiu corretamente e nunca parou para pensar “e se tivesse agido diferente”?
(silêncio)
- Procuro acertar, venho contendo meus impulsos com o passar
dos anos, apesar de ter ficado muito satisfeito com alguns improvisos.
- Procurar não é achar e achar também não é estar
convencido, se é que é preciso convencer-se de algo. Não fuja do que lhe
perguntei: na vida, você sempre acertou?
- Convivo com as conseqüências das minhas decisões, sei que sou responsável por elas, mas nem
todas me são agradáveis.
- E não poderia responder diferente, afinal até o ser mais
fútil alguma vez questionou sobre si e sua vida. E no pouco que você demonstra não há
futilidade... Não vou me ater ao lugar comum de que a vida é uma escola, nem
contar-lhe situações que procuro esquecer e das quais não faço a menor ideia de
que outra forma poderia ter sido; mas pense em algo simples, como escolher uma
roupa: precisamos saber como está o ambiente externo e olharmo-nos no espelho
para ficarmos confortáveis durante o dia. Mesmo assim, podemos querer ou precisar
trocá-la, ou até mesmo vesti-la novamente em outro momento. A vida não é
diferente. Então, por qual motivo eu me recusaria a ouvi-lo?
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