O noticiário informa que as instituições financeiras
aceitaram as pressões do governo e diminuíram os juros dos empréstimos
bancários. Tá...
Lembro de ter lido há alguns dias que a capacidade de
endividamento do brasileiro estava próxima ao limite, ou seja, quem podia se
endividar já estava endividado. Também voltaram os rumores – logo abafados – de
mudança no cálculo da caderneta de poupança.
Com a redução da taxa Selic para 9%, desconsiderando o
compulsório, que é um percentual dos depósitos bancários que precisam ser
entregues ao Banco Central, os bancos pagam praticamente 7% de juros para os
depósitos em caderneta de poupança (o queridinho das pessoas físicas) e a
melhor taxa que conseguem com baixo risco é 9%. Convenhamos que 2% para pagar
custos sem demitir e, além disso, manter as margens satisfatórias aos
acionistas exigiria muita ginástica... Emprestar para mais clientes ficaria
difícil (lembra do endividamento próximo ao limite?), a não ser que o
empréstimo ficasse mais barato, já que com o valor da prestação menor...
Diminuir os juros cobrados foi consequência da política monetária e não vou levantar a lebre se ela é mérito de um Banco Central independente ou se uma ordem da Presidenta, questiono apenas se
foi benéfico para quem paga as contas em dia e compra de acordo com suas posses (ou para o país essas pessoas não importam?).
O resultado financeiro dos bancos deve continuar excelente,
pois se as taxas de juros diminuíram, as tarifas subiram. Antes, apressadinhos e
inadimplentes sustentavam os bancos, hoje, depois do investimento na inclusão
bancária das classes D e E, todos que não tenham considerável quantia
depositada pagarão a conta: o custo operacional, que era sustentado pela comercialização
de seus produtos, agora é garantido pela presença dos clientes. Ganhar dinheiro, pelo menos para os bancos, ficou mais fácil.
Mesmo quem tem a opção de voltar à conta-salário vai amargar
com a nova tarifa, afinal, débito automático e cheques não são cancelados no
mesmo dia. Mudar de banco, alternativa das pessoas que me alertaram a respeito,
parece-me medida paliativa: quem ainda não cobra vai passar a cobrar e, se
a nova instituição ficar mais cara, ao retornar à instituição anterior, não duvido nada que esta
venha a cobrar por serviços que hoje são isentos, como débito automático. Fechar a conta é rescindir um contrato, pacotes de serviço hoje existentes poderão não ser mais oferecidos.
Fazer o quê, então? Se não fosse a crise reconhecida somente
no exterior, eu até pensaria em migrar para moeda estrangeira, afinal, tudo
está mais barato lá fora, só que a moeda já subiu bem nos últimos dias.
Preciso esclarecer que não sou economista, apenas alguém
consciente de que os recursos são escassos e, por isso, que fica muito
satisfeita quando obtém retorno máximo com esforço mínimo. Estou atenta e completamente perdida quanto à melhor atitude a tomar - qualquer contribuição que alimente reflexão a respeito será válida.
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