domingo, 29 de abril de 2012

Domingo, XXIX


Garoa e refrescante brisa de outono do lado de fora. O domingo estava diferente. Não porque segunda-feira fosse um dia útil sem trabalho às vésperas do dia do trabalho: ao invés de aproveitar a cidade tranquila, do jeito que gostava, estava em casa, procurando folhas de rascunho.

Desfizera-se de algumas coisas semanas atrás. Papéis e impressora, por exemplo. Sacos de lixo cheios e menos espaço disponível - o contrassenso de toda arrumação – já era esperado. Mas ter que interromper seu atual projeto por falta de papel, não imaginava.

Se soubéssemos as respostas não faríamos perguntas, foi o que lhe ocorreu. E estava naqueles momentos que nos mostram que se não sabemos as respostas, menos ainda temos preparo para provocá-las.

Na gaveta “rascunhos” possuía folhas tamanho ofício, folhas de papel reciclado, alguns envelopes; o que faltava era A4 branca já escrita ou impressa, tamanho que havia utilizado até o momento; empolgara-se na produção e ficara sem.

Reciclar o que aparentemente não teria mais utilidade, virar a página e alterar o conteúdo do que já fora escrito eram atividades corriqueiras, das quais exigia simetria para continuar...abriu o pacote que ajustava a altura do monitor e passou a escrever em novas A4 brancas, seus futuros rascunhos.

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