sexta-feira, 24 de abril de 2015

mais uma redação infeliz

No dia 16 de março foi publicada no diário oficial do município de São Paulo a lei 16.138, que entrou em vigor no mesmo dia. 

A partir de 16 de março "lan houses, cyber cafés e demais estabelecimentos que disponham de computadores para uso no local ou que estejam à disposição da população para locação..."

OBS 1: wifi e locais que disponibilizam internet não estão englobados, já que o enfoque é o equipamento e não o serviço de internet

"...deverão conter aviso, adesivado ou em forma de plaqueta..."

OBS 2: pode ser em qualquer tamanho, em qualquer lugar - se papel impresso será considerado plaqueta fica a critério do fiscal (êta negociação dispensável)

"...com os seguintes dizeres: Aviso aos usuários: utilizar computador sem moderação pode causar dependência e problemas psicológicos - Utilize com Moderação."

OBS 3: o que é uso moderado? Do computador ou da Internet? O conteúdo faz diferença na contagem das horas? 

Não localizei a exposição de motivos do projeto de lei 219/14, que lhe deu origem - talvez lá haja explicação, lendo o texto ocorre-me duas: estatística para a vereadora usar nas próximas eleições (número de projetos aprovados, indicador que ONGs adoram) e arrecadatória.

Explico. Alguém discorda que o usuário trazer o equipamento de casa para usar um wifi (pago ou gratuito) não diminui a sua vulnerabilidade em relação a quem vai ate um lugar; ao contrário, poderia já ser indício de dependência? Pois é, se a ideia fosse proteger o usuário o aviso teria que ser extensivo até na comercialização do sinal de internet. 

Na prática, nem as bibliotecas da prefeitura estão com o aviso. Sua ausência gera 5 mil reais de multa, atualizáveis anualmente pelo IPCA, se bobear valor superior ao faturamento líquido de quem disponibiliza o serviço.

domingo, 19 de abril de 2015

Final dos tempos? Novos tempos

O impulso foi tirar foto, mas o diligente olhar do índio constrangeu-me. Quem olhasse apenas para a mesa da exposição, montada com dois cavaletes e uma madeira torta, não perceberia a novidade. 


Pendurado na coluna, dentre tantos artesanatos à venda no Conjunto Nacional (conhecido centro comercial da Av. Paulista), estava um cocar feito de canudo plástico.

O resultado visual é harmônico, merecedor de foto. Conseguir canudo certamente é mais fácil do que penas - ainda mais se tiver que provar que as penas foram encontradas ao invés de arrancadas - e deve ser mais confortável de uma criança usar do que o cocar original.

Uma crítica ao homem branco? O índio fora influenciado por Channel? Não sei definir, a informação ainda é bem recente, parece ser tendência: melhor usar materiais novos com inspiração em hábitos antigos do que tentar imitar o original.