sábado, 12 de março de 2016

Aos cientistas de plantão

Acabo de matar o segundo Aedes Aegypti que vi na vida. Ver o mosquito foi parecido com a entrada em um museu, quando se fica em frente às obras de arte já conhecidas. Faz umas seis semanas que aconteceu a primeira vez. Ao contrário dos outros mosquitos, que voam ferozmente contra o jato do inseticida, foi fácil matá-lo - sem reação alguma no vidro da sacada.


Mesmo sem vestígios de sangue, o ineditismo de vê-lo em casa abalou as estruturas, foi no dia em que a chuva começou e que também coincidiu com a mudança das plantas na portaria. Foram 5 mosquitos em poucos dias. Fiquei dias queimando veneno em espiral até achar que estava tudo bem.

Hoje, ao ligar a luz da cozinha, vi que tinha um inseto escorregando na parede: outro Aedes. Ele tentava pousar e caía no chão, bastou uma pisada certeira. Faz exatos 10 dias que a parede foi pintada, a tinta é daquelas fáceis de limpar, o que a deixa com um acabamento brilhoso. O que não consigo definir é se é melhor ter uma parede em que o mosquito não pára ou se é melhor um lugar em que ele fica paradinho.

Tive um colega que estudava armadilhas para Aedes Aegypti, em pneus e ambientes escuros, ele colocava fita dupla face, para ovos e fêmea ficarem presos. Aqui é o contrário: o mosquito não consegue pousar. Em ambientes com poucos lugares para pouso, ele cairia fora ou ficaria exausto. Será?

Biólogos e químicos de plantão: haveria um revestimento a ser utilizado em casa capaz de afugentar o mosquito e outros insetos? Eu começaria a pesquisar em estruturas lisas e escorregadias, Já pensou? Simples assim para o mosquito não querer entrar em casa? Fica a dica, todos agradecem por pesquisas a respeito.