domingo, 29 de março de 2009

Acabei de assistir na rua a algo para mim inédito: uma senhora limpava seu cãozinho com papel higiênico. Isso mesmo: em uma mão ela segurava a coleira e a sacola plástica com os dejetos do cão e, na outra, segurava o papel com o qual limpava o animal, que parecia já estar acostumado com este ritual.

sábado, 28 de março de 2009

No carnaval abriu um restaurante em frente de casa “Minas tutu e prosa”. Fiquei em dúvida se a idéia era “Mina’s tutu e prosa” ou se “Minas, tutu e prosa”. Gosto de morar próximo ao comércio, para não precisar dirigir no final de semana, mas tenho restrições à vizinhança de todo estabelecimento com vida noturna, ainda mais tão próximo de casa. Por este motivo, mesmo com a tentação do aroma da comida, resolvi não frequentá-lo. Na segunda semana de funcionamento já havia clientes às gargalhadas no terraço. Conforme o movimento dos carros, o riso ia e vinha. Sexta passada, ao chegar em casa após às 22hs, havia um cantor, violão, amplificador e voz, cantando no terraço e não tive outra saída: com o melhor sorriso possível, após um dia desgastante, cumprimentei o gerente do restaurante “boa noite, a música passará a ser um evento constante?” e recebi um convite para entrar e ouvi-la. Agradeci, pois já a estava ouvindo de meu apartamento, o que considerava uma limitação à minha privacidade, contei que minha vizinha havia desistido de estudar, e lembrei-o que havia pelo menos três prédios residenciais muito próximos ao restaurante, nos quais os vizinhos também deveriam estar obrigados a aumentar o volume de suas TVs ou rádios e impossibilitados de usufruir do silêncio, apesar do adiantado da hora. Sugeri que houvesse isolamento acústico para tal show, no horário que fosse. Recebi pedido de desculpas e o esclarecimento quanto à orientação para diminuir o som após às 22hs. Não sei se fui voz isolada na reclamação, o fato é que hoje, apesar da noite linda, só havia mesas no terraço.

domingo, 22 de março de 2009

Acertei as contas com o Leão mas sinto-me derrotada. Percebo que muitas pessoas ficam felizes porque irão receber restituição. Mera ilusão, esquecem o montante que lhes foi descontado durante o ano que passou. Eu, por exemplo, apesar de todo o planejamento feito – investimento em pós-graduação, convênio médico e PGBL – vou ter restituição, mas ficará com o Leão mais de dois salários brutos (SNIF!!). É mais do que as tão celebradas férias remuneradas, ainda não acessíveis a todos, e previstas em tratados internacionais aos quais o Brasil aderiu! (Who’s fooling who?) O resultado do IR não me pegou de surpresa, mas se o mercado de trabalho não fosse tão engessado, teria curtido férias em novembro e dezembro, ao invés de trabalhar para o governo (tento me consolar pensando na Faculdade pública que cursei, mas se puderem me apontar algum outro retorno para este dinheiro, equivalente a 1/6 de vida, agradeço). Fazendo os cálculos, mais precisamente, trabalhar somente até dia 11 de outubro de 2008 não teria mudado em nada minha vida financeira – exceto pela incerteza de ter um emprego em 2009. Sou otimista: ainda haverá um período de crescimento econômico em que poderemos escolher os projetos que integraremos. Até lá, para não parecer ingrata, tenho que me calar diante das pessoas que sonham em ser celetistas, afinal, tudo sempre pode ser pior...

sexta-feira, 20 de março de 2009

Felicidade pertence a todos. Se você não está com a sua, é porque pegou a de outro...
O equinócio da primavera no hemisfério norte é o ano novo de muitas pessoas, pois marca o início de mais um zodíaco, ou mais uma volta a ser dada na Mazlot. Ano novo, vida nova. Minhas metas pessoais de 2009 foram definidas em 2008, mas mantê-las estáticas contraria minha disposição permanente de compreender o novo. Por isso vou acrescentar mais um item à lista, o qual vou procurar aplicar em todas as formas que me forem possíveis: COERÊNCIA. O estar viva, de que tanto sou grata, será celebrado não apenas em diversão ou até a exaustão de todas as forças em algo gratificante, mas na promoção da saúde através da alimentação; a preocupação em diminuir minha pegada ecológica será reinterpretada como conscientizar-me de que sou um ecossistema móvel que tem que cuidar de sua ecologia. A decisão de morar em São Paulo refletirá em utilizar o meu tempo livre em aproveitá-la – e não em fazer o que é possível em qualquer lugar do mundo. Vou comprar mais pela Internet para conseguir criar mais oportunidades ao ar livre. As discordâncias, além de manifestadas, serão também protestadas: adesão ou exclusão. Vou parar de obrigar-me a ter “jogo de cintura”, já basta as reiteradas posições políticas: além de não ficar “em cima do muro”, vou empurrar para ter atitude quem lá estiver. Estes são alguns exemplos de resoluções de ano novo astrológico, mas para ter coerência passarei a ter a companhia do seguinte questionamento: será mesmo? A resposta afirmativa demonstrará que estou atingindo a meta.

domingo, 15 de março de 2009

Há algumas práticas do mercado que me dão a percepção de que as pessoas assim agem por mera cópia. Por exemplo: qual o risco de contratar um trabalhador que tenha título protestado? Geralmente basta um protesto, ou o nome no Serasa para o RH dispensar o candidato: as opções de contratação são tantas, que este passa a ser um critério a mais de seleção. Agora, sinceramente, se você estiver desempregado, vai passar fome ou um cheque sem fundo? Se o comerciante não cumprir com o prometido, vai continuar pagando as prestações ou sustar o cheque por desavença comercial? Muitas vezes o custo e o desgaste para reaver os títulos não pagos ou protestados não compensa, exceto se for condição para conseguir um tão sonhado financiamento da casa própria ou o emprego ideal. Não conceder crédito para quem está inadimplente é medida coerente, mas não dar emprego? Em algumas categorias profissionais ter o cheque devolvido é motivo demissão por justa causa, logo só quem esteja adimplente com todas as suas obrigações é contratado. Mas e os demais setores? Lembro que quando síndica contratei ótimos porteiros que estavam desempregados e tinham o “nome sujo”. Faria tudo de novo. O que eu exigia era a apresentação de antecedentes criminais, mesmo sabendo que os dados não são integrados entre os Estados, e verificava referências. Não se pode rotular a conduta moral de uma pessoa unilateralmente com base em relatório, o que de forma velada muitos empregadores fazem, mas analisar o todo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Resolvi fazer check up, pois o de dois anos atrás havia diagnosticado que estava tudo bem, apesar de eu saber que estou com algumas restrições em relação ao pique de alguns anos. Na época, consegui compreender um pouco minha avó, que sempre tem o diagnóstico de que sua saúde está ótima para a idade que ela tem. A médica não havia dito que eu estava bem para a minha idade, é verdade, disse apenas que estava tudo bem, mas senti-me uma velha por aparentemente ter de me resignar com o diagnóstico. Desta vez, ao invés do clínico geral, resolvi diagnosticar a minha nutrição celular e eis que recebi uma lista de 51 exames para fazer (fora os clínicos do consultório). A recomendação do laboratório era jejum de 12 horas, o que só é possível, para mim, no sábado. Assim, sábado de manhã foi reservado à saúde. Conferidos os códigos do laboratório com os do pedido médico, procedimento de quase uma hora, fui encaminhada para a salinha em que seria coletado o sangue. Fazendo as contas, é a quinta vez que faço exame de sangue e eu não tinha a menor idéia da quantidade que seria retirada (mais de 8 ampolas, com certeza). Até acredito que seja menos do uma doação de sangue, mas ninguém doa de jejum. Resultado, após sentir a mão ficar dormente e avisar que a pressão estava caindo, acordei com umas quatro pessoas à volta me abanando: pela primeira vez na vida desmaiei. Foi tudo muito rápido e evidente que a equipe estava acostumada a lidar com estas situações. O que descobri depois é que havia exames que podiam ser feitos sem jejum. Daí a minha perplexidade: não era previsível que eu passasse mal? Quando o paciente vai fazer um exame o laboratório não sabe seu quadro, entendo que seria no mínimo prudente deixar que o paciente escolhesse entre fazer os exames de uma vez só ou intercalá-los com um lanche. Da mesma forma, a médica também poderia ter alertado sobre a possibilidade de fazer o exame em dois momentos, o que vai acontecer comigo, pois faltou uma ampola. A ironia é que para ver se estava tudo bem, fiquei o final de semana de cama, sem aproveitar o sol maravilhoso, por causa do cansaço intenso (anemia?). Só voltei ao normal domingo à noite.