domingo, 15 de agosto de 2010

O importante é comemorar

Impressionante a criatividade de determinados setores em relacionar homenageados e datas. No colégio lembro de decorrar, além dos feriados (os quais por um tempo foram antecipados para segunda-feira), o dia do índio e o da bandeira. Só.
Estatisticamente, datas comemorativas e homenagens estão para os deputados como os nomes de rua estão para os vereadores.
Algumas datas possuem motivos comerciais, como dia dos pais e dias das mães. Quem tem cumpre protocolo, quem não tem controla a tristeza. O fato é que é muita pobreza de espírito esperar um dia no ano para comemorar o que se tem de bom todos os dias. E muita hipocrisia comprar presente por convenção.
O dia do solteiro, comemorado hoje, foge à regra. Todo mundo um dia já foi solteiro, seja por manter o estado civil de nascença, seja porque não se nasce aos pares (gêmeos não cota). É possível brindar à solteirice passada, presente e futura. Não fosse o comum exagero (ou o meu conservadorismo, talvez, já que o comum é a média, nunca exagero), a confraternização seria interessante:
- Nossa, vc por aqui?
- É, confraternizando com o grupo de ex-solteiros, revendo o pessoal da vizinhança da adolscência. Mês passado estive na reunião de ex-alunos, mas não estava tão agitada. E vc?
- No grupo dos solteiros, por enquanto. É... tenho festa de aniversário de formatura no final do ano, mas não são tão legais, os agregados parecem sentir ciúme, não se integram por não terem vivido as histórias que são relembradas. Aqui não, vida de solteiro, de alguma forma, é comum a todos.
- Parabéns pelo dia. Até ano que vem.
- Até.
Para o comércio, a data não poderia ser melhor: o solteiro compra presente para si ou para outros solteiros, namorados, amantes etc, presenteariam com a intenção de que o outro não queira reviver a solteirice, e assim por diante.
Definitivamente, gostei da data.

sábado, 14 de agosto de 2010

Vamos combinar que

dentre as pessoas existem as melhores, as que virão a ser as melhores (estão em processo de apefeçoamento) e as que mal interpretam a afirmação de que perfeição é impossível.
Perfeição significa que não há mais o que aprimorar, ou seja, é um dos aspectos da estagnação, delírio de um mundo em constante movimento. É neste sentido o dito popular, e não o de justificativa para a preguiça derrotista.
Há quem afirme ser a grama do vizinho mais verde, só sei não haver a mesma iluminação em pontos diferentes, a partir de um mesmo ângulo de observação. É a mesma luz refletindo que por percepções diversas reflete nuances de um mesmo tom. O parâmetro de aprimoramento deve ser pessoal, exceto aos atletas.
Discorda? Mesmo que seus atos sejam neuroticamente os mesmos, você certamente não é mais a mesma pessoa.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mais um impulso a ser evitado

Se...
...você desde o sempre não pergunta à vendedora o quanto a roupa que está sendo provada ficou bem, pois sabe do interesse dela na venda.
...antes de contratar um prestador de serviços você pede referência, pois não basta só o diploma, uma vez que papel aceita tudo.
Já parou para pensar qual critério você utiliza na escolha de seu seguro? O que você está pagando poderá ser utilizado um dia? O que você poderá precisar, está contemplado?
Toda apólice é escrita com temas técnicos e/ou por técnicos, mas você só tem acesso ao corretor, que nada mais é do que um vendedor, alguém que tem interesse que você compre o produto.
Os seguros são mais um exemplo da ausência de consciência das pessoas na importância de equipes multidisciplinares. Com menos exigência, melhor para a seguradora.
Exemplo são as inovações tecnológicas, eu me incluo no grupo das pessoas que desconhecem todas as funções dos aparelhos que compra. Se não sei o que faz também não sei o que pode dar errado, imagina se vou ter discernimento para escolher o melhor seguro. Seria muito mais proveitos se, ao invés de falar com um corretor/vendedor, eu falasse com um engenheiro mecânico.
Na área da saúde não é diferente. Não raro as condições da apólice mudam com o passar dos anos (a cada 12 meses nova apólice, que para manter as condições da anterior, muitas vezes só com imposição do judiciário - e não são somente valore, como nos carros). Mas se não há um referencial anterior, você só tem a sorte de não ter precisado do seguro. Ao contrário de outros setores, trocar de plano é um ótimo negócio para a operadora anterior, a nova e para o corretor. A seguradora que perde o cliente, na verdade, deixa de ter que atender alguém que já contribuiu durante a carência, mas passível da cobertura de sinistro a qualquer momento. A nova seguradora terá novo cliente, mas sem precisar cobrir integralmente a apólice e o corretor terá melhor comissão por vender a nova adesão à apólice (ao invés de só  renovar). "Compra de carência" só poderia ser possível após a aprovação pelo médico de confiança do paciente e da família..

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vivendo e Aprendendo

A imagem estava nítida: Entonio. Voltei a iniciar a operação, estava com pressa para sacar o dinheiro e, novamente: Entonio. O lay-out estava diferente, logo, não deveria ser clonagem do cartão ou vírus. Foi então que apareceu um enorme Parabéns. Aliviada que ia conseguir sacar o dinheiro aprendi que Entonio significa aniversário de 10 anos, que é a atual idade de minha conta bancária.

Outro marketing que me pareceu bem simpático foi a correspondência da locadora de automóveis agradecendo a preferência e avisando que a CNH está vencendo.

Por fim, a grande novidade da semana foi voltar a ouvir a voz do Brasil. Em período pré-eleição deveria ser proibida. Pior é que já estou me acostumando com a versão semi-eletrônica do Guarani.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Careta

Algumas pessoas ou são totalmente desprovidas de senso crítico ou falta-lhes espelho. Garantindo o futuro financeiro dos otorrinos e esquecendo-se totalmente de sua própria expectativa de vida, as pessoas andam nos ruidosos locais públicos ouvindo música. Ao invés de assumirem a individualização, em filas de espera, voltam a formar o coletivo sem falar palavra (afinal os outros também estão escutando música), todas as mímicas de impaciência são gesticuladas.

Ok, ok, o metrô estava realmente atrasado. Só eu, que havia chegado depois de várias pessoas, já estava esperando há seis minutos (enquanto ele passa de 4 em 4). Mas enrrugar a testa, comprimir os lábios e bater o pé no chão não mudam o cenário; nem olhar para o relógio.


A criatura ao meu lado movia de tal forma a face (e sem um sorriso sequer) que começou a me incomodar. Não fosse minha posição estratégica, praticamente a primeira a entrar no vagão quando ele chegasse, teria mudado de lugar. Afinal, eu já havia acordado mais cedo para não precisar andar tão rápido carregando caderno, sacola e bolsa e já tinha consciência que minutos a menos de sono certamente só significariam minutos a menos de atraso - não poderia permitir que um ser daqueles me contagiasse.

Aproveite filas para fazer coisas úteis, colocar telefonemas em dia, ler uma revista, fazer alongamento etc. Enfrente ou desista, tenha consciência das decisões tomadas e não deixe que algo tão corriqueiro que você decidiu enfrentar ao invés de desistir mude seu humor. Um mínimo de personalidade você deve ter...ou pelo menos de senso de ridículo.

domingo, 1 de agosto de 2010

É Tecnologia

Fazia tempo que não me sentia E.T., e tudo por causa da tecnologia. No início do dia percebi que, mais uma vez, o carro ficou sem bateria. Apenas uma semana sem ligar e ele se recusa a pegar. Pior é que os modelos de carro disponíveis no mercado saem de fábrica com alarme eletrônico e os rádios não têm a especificação se gastam energia enquanto estão apagados: motoristas de final de semana estão com os seus dias contados... a não ser que fiquem na garagem “ecologicamente” queimando combustível.

Passeio frustrado, resolvi trocar alguns quadros de lugar. Pois é, a parafuseira também estava de greve, a bateria não carregou e nem ligada diretamente na tomada funcionou. Já que tive de fazer força, achei que seria útil continuar o exercício e fui estrear o novo aparelho da academia do prédio.

Esqueci o nome do petrecho, mas é o tal em que você anda sem sair do lugar, quase como se tivesse andando de bicicleta. Bem, o ser que lá esteve antes de mim, ao invés de apagar o aparelho no botão “liga/desliga”, desconectou o fio de conexão com a rede elétrica. Mas não tirando o plug da tomada, e sim o extremo do fio que fica no aparelho. Resumindo, o porteiro, que devia estar se divertindo pela câmera, interfonou e me avisou: “-Dona, é ligado na tomada, eu vejo o pessoal abaixando-se e até sentando na esteira para ligar”. A dica dele foi fundamental. Agradeci e não entendi até agora o motivo dos estimados vizinhos preferirem puxar o fio ao invés de usar o botão apropriado. Como sou pessoa de personalidade, desliguei pelo botão e deixei o fio conectado.

Mas irritante mesmo está sendo o despertador do celular. Precisei trocar o aparelho há 10 dias, pois o anterior estava dando eco, o que deixava incompreensível qualquer conversa. Bem, para não ter problema no manuseio (o que eu tinha antes já está fora de linha) mantive a mesma marca. Só que a função soneca não desativa só com um toque (pelo menos eu só consigo após desprogramar o alarme, o que faço com 5 toques). Isso significa fim daquele cochilo gostoso, transgressor de continuar dormindo após os despertadores tocarem, pois eu efetivamente acordo só porque tenho que desligar o celular! Considerando que o vendedor da operadora disse-me que eu estava utilizando meus pontos para ter um “smart”, bem, melhor não concluir o raciocínio...