terça-feira, 29 de novembro de 2011

1001 utilidades

Digamos que driblando inusitado momento de estripulia na cozinha descobri uma utilidade aos sachês de chá já utilizados: mata-borrão, ou seja, são bons auxiliares na primeira demão da limpeza.

Não sei como não pensei nisso antes, ainda mais eu que tomo chá todos os dias praticamente. Agora vou usar menos água na limpeza (com a diminuição do enxague do esfregão ou da esponja) e ganharei mais tempo para outras atividades. O meio ambiente e o bolso também agradecerão, seja pela economia de água, seja pela economia de papel toalha.

* * *

Precisei amarrar umas estacas para que as plantas crescessem na direção correta: não precisei procurar barbante, bastou o cordão do sachê.

domingo, 27 de novembro de 2011

Vivendo e aprendendo

- Dra., posso fazer-lhe uma consulta?
- Se eu souber...
- É que la na faculdade, no pequenas causas, disseram que eu não tinha razão e eu não fiquei convencido: eu quero processar o meu vizinho.
- E o que ele lhe fez?
- Eu alugo a Net dele, mas de uns tempos para cá, o que ele assiste não dá para ver, não.
- E por que você tem que assistir o mesmo que ele?
- O assinante é ele, eu tenho só uma extensão...
- Mas a extensão não precisa ver o mesmo canal!
- É que a extensão é dele, não da Net.
-Ah! É um gato, você furta o sinal. Isso é crime, se você for à Justiça, terá mais problema do que alguma solução. Já viu ladrão pedir para juiz determinar a forma correta de dividir o produto do roubo entre a quadrilha?
- Até assinaria, dividiria com outros vizinhos que também não gostam de pouca-vergonha, mas nós temos o nome sujo, só esse vizinho que nos aceita como cliente.
- Mesmo assim ainda é furto, se não se acertar com ele, é melhor ficar sem, usa o dinheiro do gato para pagar as contas e limpar o nome...
* * *
- Dra., deu certo.
- O que?
- Conversei com meu vizinho, avisei que eu não queria mais a Net dele, o cara ficou louco: disse que eu era de ingrato para baixo. Depois ele se acalmou e eu descobri que ele precisava do meu dinheiro para pagar aquele canal que eu não gostava, ou seja, sem minha adesão ele ficaria sem. Fizemos um acordo: ele liga a teve na novela das 9, que minha mulher faz questão de assistir, e de manhã, quando minha filha fica sozinha em casa, só em canal infantil. O futebol, se ele não estiver a fim de assistir o mesmo que eu, já esclareci para a família que vou ver na padaria perto de casa.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cada uma...

Tomava café, um pingado sem espuma, para ser mais precisa, quando um senhor aproximou-se:
- Permite-me uma confidência?
E, como ela nada respondesse e apenas lhe olhasse - mais pela surpresa do que pela curiosidade - ele prosseguiu:
- Toda vez que percebo um rabo de cavalo, não consigo desviar o olhar, preciso controlar-me para não puxá-lo... - Ele olhou para a mão direita, levantou-a um pouco, fechou os olhos enquanto colocava os dedos na palma da mão e simulou o movimento de quem toca um sino. Na mão esquerda, seu café quase tombou ao chão - É assim desde a infância. Minha falecida esposa, sou viúvo há dois anos, tinha pouco cabelo e usava-o na altura dos ombros, não ficaria um belo rabo de cavalo... No colégio, seus colegas a pertubavam muito?
- Não, nem às minhas colegas. Ela até lembrou-se que, ao invés de puxar o cabelo, os guris, durante as aulas, puxavam os sutiãs pelas costas, numa forma rápida de abri-los, mas a "brincadeira" durou pouco tempo, o suficiente para as blusas claras e justas ficarem no armário e novos modelos de lingerie serem usados. Certamente não seria oportuno mencionar tal fato, não para aquele senhor.
- Não estivéssemos em local tão formal, eu ousaria ser inconveniente, mas com sua permissão, claro.
- Em qualquer lugar, somente a negativa seria a resposta, senhor.
E o homem, de modo envergonhado, como se apenas naquele momento houvesse percebido seu comportamento, acenou a cabeça e retirou-se para terminar o café na outra ponta do balcão.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Remodelando o espaço verde



Flor do Pimenteiro
As plantinhas vão bem, obrigada - se as pessoas perguntam não apenas pela família, mas também pelos animais de estimação, por que ignorar o tão simpático reino vegetal? Como se vê, meu deslumbramento por ver tudo mais verde, a cada dia, continua: não consegui ainda seguir as instruções da professora, de descartar tudo que surgisse sem ter sido plantado...


Até agora tenho ficado muito satisfeita com as surpresas, mesmo que algumas tenham se revelado ser apenas grama: para dar um exemplo de meu entusiasmo, improvisei uma latinha de conserva como vaso só para o gramado.

Minha criatividade também andou a mil, fiz os mais variados modelos de vasos a partir de garrafas pet.

Homenagem Póstuma
Meu xodó é um pé de couve. Para quem não sabe, não existe semente de couve, a plantação tem que ser feita por estaca (colocar um pedaço na terra e torcer para pegar). Dia desses resolvi tentar. De cinco estacas, uma pegou. Eu já tinha trocado de vaso uma vez (para o modelo pet mais pomposo que fiz) quando o vendaval de terça demonstrou que o modelo não era estável: o vaso virou e quebrou boa parte das folhas. A possibilidade de não vê-la chegar à idade adulta deixou-me triste, bem triste - tristeza que durou até eu saboreá-la. O processo todo de luto, na verdade, foi um pouco demorado, montei uma mini estaca (estou torcendo para que pegue), lavei as folhas, preocupei-me em registrá-las, uma forma de provar que sim, um dia consegui fazer uma estaca de couve pegar...e também não deixava de ser homenagem fúnebre à quela que tombou exclusivamente por minha causa. Foi então que percebi que ser ingerida era a sua finalidade, a queda apenas acelerou um fato e deu-me menos retorno do que poderia - mas sua morte não seria em vão.


O início do xodó
No dia seguinte, mais tranquila, fui ao supermercado comprar terra  para replantar algumas plantas no vaso que ficaria vago. Delícia, meio da tarde, só eu e as prateleiras... Ao descer as esteiras, no entanto, mal conseguia andar, mais pela bagunça dos carrinhos do que pela quantidade de pessoas. Sem querer, descobri o point dos octagenários: seção de FLV (frutas, legumes e verduras) do hipermercado quarta após o almoço. A atividade física era intensa, como se competíssem quem seria o mais rápido, o que carregaria maior peso, quem compraria mais... Naquela confusão, ajeitar os carrinhos e passar significava grande probabilidade de strike de um pompom branco. A mulher na minha frente, na fila do caixa, disse que na região ninguém vai lá às quartas porque passar nervoso é certo. Impressionou-me também o baixo preço e a baixa qualidade dos produtos, só alguém com pouca visão ou que estivesse gastando por diversão (menos prejuízo do que um bingo) compraria aquele estoque.

Novamente em casa, antes de jogar meu xodó no lixo, percebi que a quebra das folhas talvez significasse o mesmo do que a quebra de galhos nas árvores: havia uma chance de sobrevivência. Replantei o pé de couve, apesar de sua trágica aparência.

Sem Comentários...

Aproveitei também para replantar duas plantas, provavelmente um pimenteiro e um tomateiro, que estavam em um mesmo vaso. Quase uma hora separando suas raízes. Intuitivamente, fiz tal qual desembaraçar o cabelo: chacoalhei em água abundante. Acho que vai dar certo (a maior está com 50cm). Antes disso, registrei a flor do pimenteiro (acima), algo que eu nem imaginava como poderia ser... Terminada a função, percebo uma minhoca boiando na água em que eu estava mexendo (argh). 



Pode-se afirmar que uma das vantagens da vida adulta é que a maior consequência, se você fizer alguma sujeira, será limpar. Acho que o receio de uma bronca tira a espontaneidade de uma brincadeira... terminei a minha brincadeira achando um canto legal para a recém-chegada ora-pro-nóbis (outra que irá para a panela - he, he - mas vou esperar a florada antes).

sábado, 19 de novembro de 2011

Apresentando os fatos: a crítica construtiva.

A confraternização de ontem, comemorando o final do primeiro curso de roteiro que participei, foi um daqueles momentos "Eureka". Tenho a percepção de que agimos sempre a partir de nossos parâmetros, que podem se modificar no decorrer da vida conforme vamos conhecendo os parâmetros dos outros. Pois foi na conversa informal da janta, ao redor da grelha, que novo parâmetro foi-me apresentado.

Durante minha adolescência, perdi a conta dos cursos que procurei, dos cursos em que me matriculei e não consegui fazer por falta de oferta ou de quórum - era uma época em que não havia Internet. Pelos jornais, constantemente eu descobria as diversas possibilidades do mundo e o meu isolamento, imposto por uma sociedade caseira, tradicional, feliz no seu jeito de ser, com parâmetros diferentes dos que eu queria para mim.

A educação formal, que permita o desenvolvimento através do conhecimento das possibilidades existentes, da consolidação das preferências gerando escolhas maduras, é o mínimo a ser oferecido. Isso eu tive. Utilizo quase tudo que aprendi na escola e, mesmo assim, seria muito infeliz se me percebesse condenada a não expandir o leque de aplicação da teoria. Refiro-me a aperfeiçoamento em esportes, artes, mecânica, marcenaria, jardinagem, lidas domésticas etc - que podem ser tanto profissão quanto um "plus" na vida.

Relaciono a existência de tais cursos, pagos ou não, à cidadania. Inscrever-se em atividades e não ir, ou abandoná-las, sempre julguei como egoísmo: se houve interesse e foi feita a inscrição, tem que frequentar e participar. Se muitos desistirem, a oferta pode não se repetir, é uma forma indireta de restringir a oportunidade dos demais. Ser selecionado é tirar a vaga de outro; deve haver comprometimento com a escolha, contribuição na melhoria do grupo, reclamar se o prometido não estiver sendo cumprido (se este for o caso), ao invés de somente abandonar o barco.

Não imaginava, contudo, que a evasão pudesse ocorrer pela dificuldade das pessoas em receber críticas. Seria possível ir à aula apenas para receber elogios? Confirmar (ou mostrar aos colegas) o que sabe? Se já há perfeição, por que então tirar o lugar de outro que compreende que há em que melhorar?  É tão lógico para mim que mesmo que se faça o melhor (e seja assim considerado pelos demais), sempre haverá a possibilidade de ser superado - o que não tira o mérito do que fora feito, tal como ocorre nos esportes. Ou alguém consegue sustentar que a medalha de ouro de uma olimpíada é melhor que a de outra?
Lembrei-me do jardim de infância. Aos cinco anos, utilizando tesoura sem ponta, aprendi a recortar vazado. Um certo dia, a professora mostrou-nos uma borboleta de cartolina, com papel celofane em suas asas. Cada aluno ganhou uma folha A4 com a mesma borboleta desenhada. Em grupo, concluímos que o melhor seria primeiro recortar o papel e depois colar o celofane. Cada um fez de seu jeito e entregou o trabalho. Eu fiquei super feliz porque minha borboleta não havia desmoronado e também porque eu havia percebido, para que ficasse bonito, que todos os celofanes precisariam ser colados no mesmo lado.

Era costume a professora mostrar ao grupo todos os trabalhos entregues. Ela surpreendeu-me ao fazê-lo utilizando uma lâmpada opaca: olhando contra a luz, foi percebtível que em um dos celofanes da minha borboleta havia marca de cola e que eu colara os pedaços coloridos sem me preocupar com a forma. Olhando o lado direito, digamos assim, eu fizera o solicitado, mas o acabamento do avesso estava ruim, pior do que o de alguns colegas.

Em outra ocasião, colávamos sementes em madeira. Ao entregar, a professora batia a madeira contra a mesa, se alguma semente caísse, precisava refazer e adiar a ida ao recreio. Certamente passei por várias experiências parecidas, mas foram essas duas que lembrei ao voltar da janta. Curioso perceber, apenas décadas depois, o quanto a "Tia Mônica" pode ter influenciado em minha percepção de mundo; a reflexão sobre as críticas sem intimidar-se com elas e o constante preocupar-se com mais fatores dos que os originariamente postos - essenciais à minha profissão - podem ter se originado ali. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

De última hora

Uma faca e um prato (que vá do forno à mesa) são os utensílios necessários. Separe tantas mandioquinhas quantas bastarem para saciar sua fome. Coloque-as no microondas, selecione "assar batatas" ou de 6 a 8 minutos na potência alta. Cuidado para não se queimar. A casca sairá com facilidade, mas, para agilizar, corte em rodelas que ficará mais fácil descascar (se você fizer questão de comer a casca, higienize bem antes de levar ao forno). Complemente com requeijão que esteja em temperatura ambiente.

Se sobrar, frio também é muito gostoso: desafio quem tenha sugestão mais rápida, nutritiva, saborosa e barata: considerando os ingredientes e do detergente à energia elétrica, a porção farta sai por menos de R$1,00.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Banheiro Corporativo

Nem sempre é vestiário.
Seu tratamento é igualitário:
do presidente ao estagiário,
com o cliente e com o funcionário.

Em raro momento de privacidade,
vê-se alívio e ansiedade.
É utilizado com criatividade
para econômica atividade.

Seja o do senhor, seja o da senhora,
há tititi quando há demora.
Tem gente que cheira, tem gente que chora,
e esconde-se de reuniões de última hora.

Indispensável, não pode faltar,
é como as conversas no celular:
nenhuma descarga consegue abafar,
a partir dali irá se espalhar...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Era só o que faltava...

Tô eu aguardando para atravessar a rua em frente ao TRF e eis que vejo um Corolla branco com cílios...Você leu bem: há em Sampa pelo menos uma criatura que colou em cada farol cílios postiços em seu carro; conforme o vento passa, eles tremulam. A motorista, pelo que pude perceber, há muito já está na idade adulta. Percebi-me conservadora, tal adereço poderia ser apropriado, no máximo, durante o carnaval.

Caccio-Cavalo

Foi seu formato e embalagem colorida que aguçaram minha curiosidade. Cheguei em casa e procurei no pai dos burros pós-moderno, Google, dados a seu respeito. Há controvérsia inclusive quanto à grafia. Sei que a foto está longe de ser esclarecedora, mas afirmo-lhes que é mais consistente do que o queijo processado, de sabor mais suave (apesar de próximo) do provolone e derrete tão bem quanto mussarela. Fiquei fã.