terça-feira, 25 de agosto de 2009

Correios

Mantenho contato com várias pessoas sem acesso à Internet. Conversar ao telefone é um teste de paciência para mim, trata-se de um ruído imposto: quando não estou ocupada, delocando-me ou conversando com pessoas, estou dormindo. A suposta diminuição da distância nem sempre ocorre, quem hoje para para conversar? Fala-se enquanto se faz outra coisa, nem que seja se proteger de quem está à volta, na tentativa de manter a privacidade.
Pois bem, além de e-mails, continuo cliente dos correios. Leio e escrevo cartas entre um farol (sinaleira para os gaúchos) e outro.
Conhecidência ou não, o serviço de correio piorou muito depois que a constitucionalidade de seu monopólio foi reconhecida. Desconheço a argumentação jurídica pró e contra, mas na prática ficou ruim para todos (até para os Correios, que está perdendo sua boa reputação).
A picaretagem é flagrante: a carta que antes chegava em 2 dias entre capitais agora chega em aproximadamente (alguém sério estabelece prazo aproximado?) 5 dias úteis; recebi hoje cartas postadas em 14/8 e contas que venceram hoje. Alguém envia correspondência sem se preocupar com prazo? Raríssimas exceções. Sem poder contratar qualquer empresa privada, a única solução é o Sedex. Assim, não há mais correspondência a R$0,60, mas a pelo menos R$10,00. Quando eu era pequena, o "selo social", a R$0,01 tinha sua divulgação e importância. Hoje, paga-se sessenta vezes mais pela mesma precária qualidade de antes. Gostaria de poder boicotar. Já pensou? Contratar um professor para ensinar a família inteira a ficar on line? Ia ser divertido assistir a esta aula... Quanto menor a demanda, mais caro fica o serviço. Sem concorrência e sem índice para reajuste de suas tarifas, os Correios ficarão cada vez mais distantes de quem precisa. Uma pena!

sábado, 22 de agosto de 2009

Anna Prem

Algumas iniciativas devem ser não apenas comemoradas como também devidamente usufruidas.
Almocei hoje pela terceira vez neste autoentitulado (nova ortografia) bistrô e restaurante natural e, mais uma vez, estava tudo divino.
Conforme o dia da semana são as 5 opções de menu: indiano, light (entenda-se salada), massa, vegano e lacto-vegetariano, tendo como entrada uma salada ou sopa. Tem também o menu trivial vegetariano, servido no bistrô. A quantidade parece pouca, mas a qualidade do alimento é tão boa que acaba com qualquer fome.
O ambiente tem decoração clean, bem iluminado e com visibilidade da cozinha. Todos os funcionários são zen. Considero o serviço ágil, mas me foi confidenciado que costuma lotar das 13h às 14h, período em que a montegem dos pratos demora um pouco.
Fiquei tão entusiasmada com a cozinha do lugar que perguntei se vendiam pratos congelados. Gentilmente informaram que pelos princípios do lugar a única exceção aos alimentos naturais era a polpa de fruta para suco (mas eles também tem (nova ortografia) suco natural - o de hoje era carambola com umbu).
Onde fica? No agradável bairro da Aclimação, em frente ao parque, próximo à biblioteca.

domingo, 16 de agosto de 2009

Merece o "Oscar" do Teatro

A grande surpresa do final de semana foi "A Margem". Escolhi por ser a peça do Sesc Paulista com o horário mais adequado e fiquei muito feliz com a opotuidade de tê-la assistido. Se for feito o rol de itens em que se avalia uma peça teatral, não consigo imaginar crítica a nenhuma delas, ao contrário, teria vários elogios aos atores, à direção, ao figurino, etc - eu só aumentaria a censura para 18 anos.
Os atores (só através da ficha técnica soube ser um ator e uma atriz: Ademir de Souza e Tania Gollnick) são dois moradores de rua que utilizam somente expressão corporal e objetos encontrados no lixo, no decorrer de 1:30 de peça, para contar sua história.
A crítica social esta (nova ortografia) presente em toda a narrativa, mas nem por isso o humor é deixado de lado, é possível rir em vários momentos.

Burle Max

A partir das recomendações da crítica, escolhi a exposição comemorativa de 100 anos do nascimento de Burle Max, no MAM/SP, como um dos programas do final de semana.
Os dois documentários que estão na exposição são ótimos (aprox. 2 horas), mas não há isolamento acústico no local em que estão sendo exibidos (às vezes é mais fácil saber a conversa particular das pessoas na exposição do que o conteúdo na sua frente - problema cada vez mais comum ter que conviver com a falta de educação das pessoas, mesmo havendo seguranças que pedem para desligar o celular).
A curadoria, porém, deixou a desejar. Em que pese sejam mostrados projetos de Burle Max em casas particulares, os quais o grande público não tem acesso, e explicar o processo criativo da orla de Copacabana (confesso que não sabia que o Aterro do Flamengo e o calçadão da Av. Atlântica pertenciam ao mesmo projeto, nem que o canteiro central de Copacabana, em três tons, imitava uma tapeçaria sua), nenhuma linha sequer há sobre a praia da Guarita.
A importância do parque da praia da Guarita para Torres é tão grande que cheguei a me questionar se havia me equivocado (não tenho certeza quanto à autoria do paisagismo da Lagoa do Violão).
Logo na entrada consta uma linha do tempo, relacionando seus trabalhos e nada há sobre algum trabalho no Rio Grande do Sul. Passei a confiar mais em meus conhecimentos quando li sobre sua associação à AGAPAN.
Não achei no MAM um livro em que eu pudesse protestar por tamanha falha; meu lado turismóloga foi o que ficou mais triste - quantas pessoas poderiam se interessar em conhecer Torres a partir exposição? Não lembro das torres da Guarita antes do parque, mas certamente ajudaria à região sua divulgação, pois fora do RS a Guarita só é um desconhecido cenário de praia nos comerciais.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O tratamento pessoal foi convencionado como o mais agradável ao cliente. Ao entrarmos em uma loja, por exemplo, a vendedora pergunta seu nome - mesmo que depois venha esquecê-lo - e malas diretas são desenhadas para que, ao invés de "Prezado(a) Sr.(a)", conste o nome da pessoa.
Adotar tal comportamento, em um primeiro momento, parece ser simples, sem necessidade de treinamento complexo.
Fiquei perplexa com a história que ouvi hoje no almoço: a funcionária do caixa, ao devolver o cartão ao cliente, falou: "tenha um bom dia, fulano" e abriu um simpático sorriso. A mulher do fulano não gostou e teve como primeira reação dar um tapa na face da menina, exigindo explicação de onde os dois se conheciam.
Não sei se a mulher ficou convencida da verdade, de que a funcionária só estava cumprindo ordens, de tratar os clientes pelo nome lido no cartão utilizado para pagar as compras e ser gentil.
O episódio ilustra a cada vez mais comum falta de educação das pessoas, seja a da mulher, que agiu instintivamente, como um animal não civilizado, seja da funcionária, que não adotou comportamento formal com estranhos - confesso que não sei a melhor forma de resolver isso.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A gripada paranoia

Introduzir o cotovelo no hábito de espirrar pode ajudar a diminuir a transmissão do vírus da gripe (seja ela A, B, C, etc.), garantiu-me fonte confiável com bom trãmite no Ministério da Saúde em Brasília.
Jorrar o vírus na roupa, ao invés de deixá em sua mão, diminuira a propagação (mas é importante lavar a roupa assim que chegar em casa). Eu já desisti de adquirir o novo hábito - só vou fazê-lo quando estiver difundido na população. A primeira e única tentativa foi em uma reunião: ao invés de me virar ao lado e discretamente tapar o rosto, levantei o braço. Talvez por falta de prática, o ato chamou atenção dos presentes e, até explicar...
O antigo vilão do orçamento doméstico - o alcool em gel - permanece indispensável. Mesmo que você use papel toalha até para abrir e fechar a portado banheiro (dispensado o ar quentinho nos dias frios), no primeiro objeto que você pegar ou na primeira mão que cumprimentar, o vírus pode passar para o seu lado.
Passei uma semana com capacidade 50%, à base de vitamina C, alho e sono. Agora estou melhor e preocupando-me em mater alimentação saudável. O máximo da minha profilaxia é não engravidar, afinal se até hoje esqueço de levar o celular comigo, o que dizer de um frasco de alcool.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Voo 128

Os relatos do voo 128 demonstram que regras de segurança não existem para que seja dado "um jeitinho".
Quantas pessoas embarcam com excesso de peso na bagagem de mão, tentando enganar o funcionário do check in, não raciocinando que a bagagem pode cair em sua cabeça enquanto estiver dormindo (e até quebrar o pescoço). Para mim, equivale ao "farofeiro", turista que não sabe se comportar, agir desta forma. É tão sem limite e consideração para colocar em risco vida de pessoas e não assumir o excesso de bagagem?
Quantos adultos infantis falam ao celular assim que a comissária sai de perto, abrem a mesinha ou inclinam o encosto da poltrona? Afinal, rota de fuga livre para que? Interferência na comunicação do meio de transporte pode ter sido uma das causas do naufrágio do Titanic, mas não vai deixar um avião cair, imagina...
O cinto, então, parece que existe para enfeite, só para atrapalhar o sono.
Regras podem ser substituídas por outras regras, mas não podem ser ignoradas em ambiente coletivo.
Concordo que o conforto tem sido eficaz em sua fuga das aeronaves, mas pensando que há duas gerações meus avós achavam o máximo trocar a charrete pelo carro, fico grata pelo cada vez mais acessível avião.
Tenho a teoria de que as críticas são inversamente proporcional ao glamour. Alguém que consegue o que os outros desejam pode, no máximo, ficar em silêncio: se comentar é esnobe, se criticar, diminui o seu feito. Quem não está acostumado a voar ou fica muito tenso, e não tem tempo de observar ao seu redor, ou curte tanto o trajeto que nem dá tempo de desenvolver o senso crítico.
A minha relação com a primeira classe pode ser descrita desta forma: da mesma forma que caminho quadras para economizar alguns centavos (e perco um tempo precioso conferindo se as notas fiscais eletrônicas foram contabilizadas, denunciando ao Procon os estabelecimentos que me excluem), se pudesse pagaria sem dó para poder viajar com espaço, praticamente na horizontal. Dois são os motivos pelos quais insisto na classe turística: não há isolamento acústico - pagar caro para conviver com o ronco e choro alheio não dá - e só viajei uma vez na classe executiva (overbooking), foi o suficiente para ter consciência das limitações de minha realidade, tendo demorado alguns trechos para me acostumar com o antigo padrão.
Mas pior mesmo é quem não se informa, não presta atenção nas orientações e acaba atrapalhando a viagem dos outros, nem que seja se machucando...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

É proibido fumar...

A primeira vez que vi a ampulheta na Paulista achei de mau gosto (destoa de tudo, como pode ser considerada compatível com as restrições do cidade limpa?). Depois, conhecendo o relógio digital com a contagem regressiva da Dr. Arnaldo, próximo ao Emilio Ribas, preferi deparar-me com o cenário da foto a mais um painel eletrônico (a cidade está tão bem sem eles...).
Só a convivência com profissionais do marketing permite que eu não considere totalmente absurda a implementação de um totem para lembrar o início de vigência de uma lei. A expressão "a lei pegou” acaba por ter mais importância do que seu texto em si. Lei que pega é cumprida e fiscalizada pelos cidadãos. Lei que não pega reina no esquecimento.
Nunca experimentei cigarro e só convivi com um fumante: meu avô, que tinha o hábito de fumar meio charuto após o almoço e meio charuto após a janta. Ele fumou dos 13 aos 80, parou porque deixaram de fabricar a marca que gostava. Viveu mais 10 anos sem charuto e nunca o ouvi reclamar sua falta.
Cigarro, charuto, cachimbo. Todos os odores são dispensáveis. Ao contrário do álcool, que prejudica fisicamente só quem o consome e torna inconveniente quem abusa de seu consumo, basta acender o fumo para sua presença ser notada.
Frequentar lugares públicos ficará mais agradável, mas, ironicamente, os lugares mais agradáveis, ao ar livre, serão dos fumantes, que estão reclamando da restrição.