sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Na Internet, somos no máximo pré-adolescentes

Fui apresentada ao computador quando criança (sei que os contemporâneos a mim vão entender esta observação, pois houve época em que computadores significavam ficção científica). Em uma sala em que havia o de mais moderno, CPD da UFRGS, no intervalo das aulas eu jogava xadrez ou imprimia o biorritmo das pessoas; formava um desenho bonito de ondas no papel em formulário contínuo, utilizado para a impressão, que eu coloria quando os alunos vinham usar a máquina. Lembro ter guardado por anos o estudo dos meus primeiros 4 mil dias de vida e a fita cassete que continha o programa gravado. Eram dias de férias, como agora.

Só no final da faculdade o computador passou a ser útil e minha máquina eletrônica, com editor de texto, foi aposentada: trocava-se disquetes em que a mais recente jurisprudência era gravada por quem tinha contato no Tribunal (o que hoje todo mundo tem em um pen drive). Mas utilizar Internet diariamente, mais do que telefone, inclusive, só ocorreu em São Paulo.

Constatei que fará 6 anos que estou no Orkut, a primeira rede social de que tive notícia. Com tão pouco tempo de vivência, deveríamos ser mais prudentes em nosso comportamento cibernético, facilmente agimos como adultos mas sabendo tanto quanto crianças.

Duas situações fizeram-me refletir a respeito: Facebook e Wayn. Entrei no "feice" ano passado utilizando a mesma conta de e-mail do Orkut, só que a confirmação da senha, obrigatória para finalizar o cadastro, foi considerada spam e eu não consigo nem acessá-lo, nem cancelá-lo. Precisei abrir outro pefil para melhorar o relacionamento com pessoas que se consideraram preteridas por não terem sido adicionadas.

Em relação ao Wayn a situação foi mais crítica. Ele é menos popular no Brasil, trata-se de uma rede em que as pessoas falam sobre viagem. A idéia é ótima, inclusive ao cadastrar-se você fica como mapa mundi legendado: lugares que já foi, lugares que gostaria de ir, muito útil para planejar roteiros. O Brasil tem patrocínio de destaque, mas ao ler as sinopses das cidades brasileiras, não há conteúdo. Resolvi ajudar e escrever sobre São Paulo, pois muito melhor do que a foto de uma turista entre baianas na Sapucaí (propaganda da Embratur) é informação precisa, sem contar que o guia da SPTuris, na forma de revista eletrônica em português, espanhol e inglês, é excelente.

Tão logo escrevi sobre São Paulo comecei a receber mensagens de pessoas do exterior me oferecendo dicas turísticas para a cidade da copa de 2014 e dando o link do youtube com a propaganda institucional, que é muito genérica e pouco informativa. Pior, pessoas que eu nunca vi e pediam confirmação de amizade ficavam relacionadas como se fossem amigos meus, como se não fosse possível excluí-los (há o grupo de "pessoas que querem lhe conhecer", este sim anônimo a terceiros). Já pensou, o FBI à minha procura por eu supostamente ser "amiga" de um terrorista, só por ter sido por ele adicionada e recebido uma mensagem sua? Tive de sair e continuar lamentando o mau uso do dinheiro público...


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