sexta-feira, 8 de março de 2013

(Re) passando o tempo

Queimada. Eu conhecia como caçador e com regras diferentes. Eram dois times, uma das poucas brincadeiras de infância com bola de que eu gostava – e muito. No caçador, toda vez que a bola é lançada pelo time adversário, ela é um tiro. Quem é atingido vira caçador. Na queimada não é assim: como no caçador, pode-se fugir ou pegar a bola, mas se ela encostar ou se cair da mão – é fim de jogo.

Caçar matando eu entendia, mas queimar...? Qual a relação do jogo com seu nome? Muito pouco sei sobre queimadura, é verdade. Lembrei-me do jogo enquanto permanecia com a perna parcialmente empolada apoiada na cabeceira da cama.

Ainda não me conformo que possa ter me esquecido de passar protetor na panturrilha, um descuido tão idiota quanto o de ser atingida por uma bola evitável. A inconsequência tem consequências; sobrevive quem foge ou enfrenta (segurando a bola e não a deixando cair).

Também tem o desconforto, da coceira ou de assistir ao jogo sem estar nele. Sim, na queimada quem é queimado fica de fora; já no caçador, quem é caçado pode ficar em uma extremidade e ajudar a eliminar o adversário, enquanto há jogo, participa quem quer.

Insolação, definitivamente, não tive. Logo, a comparação pode até parecer – mas não é delírio. Um exemplo apenas de como se pode conseguir argumentar sobre qualquer coisa e em qualquer direção.

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