sábado, 6 de junho de 2015

Mexendo onde não deve

Quando um assunto do momento passa repentinamente ao esquecimento, eu desconfio.

Pararam de falar em terceirização na mídia. Nenhum dos argumentos a favor da permissão da terceirização da atividade fim das empresas é convincente. Hoje só não terceiriza quem não quer, há várias formas legais de se estruturar uma operação; fazer ou não fazer é uma questão estratégica. Assim como ocorrerá caso a lei seja alterada, o que garante o sucesso da terceirização é a saúde financeira do terceirizado. Só.

Flexibilizar a regra do contrato de trabalho temporário, permitindo-o sem a interferência da empresa intermediadora, geraria muito mais oportunidades sem extinguir o negócio da contratação de mão de obra terceirizada.

Precisa mudar também a ideia de que trabalhar por pouco tempo com alguém “suja a carteira” Advertência, suspensão, demissão por justa causa com certeza acaba com a reputação de qualquer um. 

Um outro argumento: de nada adianta permitir licença gestante de 6 meses se o tempo máximo do trabalhador temporário é também de 6 meses. Mesmo que a funcionária marque o dia do nascimento da criança e não emende a licença com as férias, um período de transição entre quem chega e quem sai é necessário.


O fato é que o pessoal vai aprovando aqui e ali os textos sem preocupar-se com a aplicação deles e a mídia só noticia alguns, na véspera da votação, sem tempo hábil para formação de massa crítica. Lei que não tem como ser cumprida precisa ser modificada antes de se pensar em suprimir qualquer direito.

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