segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

No supermercado

Descobriu ao acaso estar o supermercado vazio - é o jogo - disse-lhe a funcionária. Resolveu aproveitar o ar condicionado e passear pela loja. Foi quando percebeu estar sendo observada: exatamente ao lado da caixa de leite que ia pegar mexia suas antenas uma barata de médio porte.

Quem já trabalhou com público sabe que, em havendo escândalo devido à quebra de protocolo, se há alguém que mereça indenizar é o mal-educado, não o estabelecimento; cliente que se sente prejudicado, ao invés de holofote e dinheiro, quer ter o seu problema resolvido. Naquele momento, por exemplo, o produto em estoque estava-lhe inacessível. Procurou um funcionário:

- Moço, preciso de ajuda.
- Pois não, senhora.
- Na prateleira aqui de trás tem uma barata. O senhor mata ela para mim?
- Vamos verificar o ocorrido sim.

Disse-lhe isso e encaminhou-se imediatamente para o local indicado. Mas a barata havia sumido.

- Senhora, não localizo nada.
- É o instinto de preservação, a barata percebeu que o senhor, e não eu, era uma real ameaça, e tratou de esconder-se. O senhor poderia alcançar-me duas caixas de leite?
- Sem dúvida senhora.

Eis que a barata surge na segunda caixa na estante. De forma muito habilidosa o homem jogou o inseto no chão, esmagando-o em seguida e chutando a prova do crime para de baixo da prateleira. Alívio geral.

* * *

Se na situação acima você deixaria de comprar o produto ou simplesmente sairia da loja, melhor rever seus conceitos: preocupe-se com a qualidade da embalagem e que ela realmente mantenha a região por onde passa o produto sem contato externo. Ainda com nojo? Lave e seque tudo antes de colocar no armário de sua casa, da mesma forma que já deve ser feito com as frutas, verduras e legumes.

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