quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Stay or Go Away

Escolher é renunciar. Como não tem como se conhecer todas as possibilidades de escolha, há sempre uma probabilidade de erro. Sorte quando é possível renunciar à escolha, mesmo que leve um tempo ou demore para percebermos o erro.
As eleições são um exemplo. Os programas de governo, obrigatórios para os candidatos do executivo, são amplos o suficiente para que todo mundo encontre o que procura – para falar bem ou mal. A partir de pesquisas de marketing, o discurso é treinado...
Este ano eu estava realmente em dúvida, rejeição a alguns candidatos, restrição a outros. Até que após certa conversa, consegui encontrar um critério para o voto: na cidade, o que me faz morar nela? Qual a atenção tem sido dada para este ponto? Desde que governo?
É só uma sugestão de critério de quem cada vez fica mais perplexa com a falta de comprometimento das pessoas com elas mesmas. É muito mais do que reclamar de alagamento e jogar lixo na rua: é reclamar que “está no cheque especial” enquanto come o super combo na estréia de qualquer filme 3D, lembrando na fila da academia em que fez o plano anual mas não vai. Como alguém assim pode dizer que a cidade ou o mundo não funcionam por causa dos governantes?
Nesse sentido, admiro os ciclistas diários. Considero uma tremenda loucura andar de bicicleta entre os carros e um descabimento o que vejo com frequência: ônibus andando bem devagar, às vezes lotado, só porque tem um ciclista na sua frente. Faixa de ônibus não é lugar de bicicleta, mas incomodaram tanto que as ciclofaixas já são uma realidade – a prefeitura teve que dar um jeito. Pena ter havido mortes.
No início do blog eu havia comentado do “movimento no-co”, algo como renúncia ao mundo corporativo e que estava bem presente em meu contexto à época, que depois perdeu sentido. Mais de ano se passou e uma revista de circulação nacional mencionou em sua capa o movimento sem nominá-lo. Percebo agora uma variante disso: “simplesmente enchi”.
Essas pessoas fazem meu otimismo ser renovado. Não é a rebeldia de décadas atrás, de querer separar-se do mundo e, com isso, imaginar-se vivendo outra realidade. Hoje as pessoas continuam integradas, produzindo e vivendo, apenas não aceitam sujeitar-se ao que mina o respeito a si, viram exemplos que incentivam os outros a imporem seus limites, não se escondem, mas se expõem: “gosto, quero, mas não desse jeito - e pago o preço por ser assim”.
É um novo contexto, não o fim do mundo de que se ocupam alguns.

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