domingo, 23 de maio de 2010

Detetive

Reportagem hoje na rádio mencionava a história de um rapaz que estava utilizando uma das redes de relacionamento da Internet para localizar uma moça que ele havia visto na rua e se encantado, ele só sabia descrevê-la, desconhecia até mesmo o seu nome.

O destaque da reportagem foi seu pedido de ajuda na rede e várias pessoas respondendo, dispondo-se a ajudá-lo. A história não é original, apenas mais uma das manifestações de amor à primeira vista. Lembro que há alguns anos (antes da Internet) um turista havia publicado anúncio em jornais atrás de uma brasileira que ele havia conhecido, mas não recordo o desfecho de sua busca.

Mais do que romantismo, essas atitudes demonstram pessoas que efetivamente vivem a vida e procuram fazê-lo de modo feliz, pois apenas o vivenciar na prática pode gerar satisfação. É claro que as tais moças podem não retribuir ou retribuir só por um tempo (o tempo de uma vida?), mas mesmo assim será melhor do que a fuga da imaginação não concretizada.

Aos que discordam de minha afirmação, imagine-se em coma induzido desde o nascimento: a imaginação sendo exclusivamente sua vida; que parâmetro você utilizaria? É a interação o início de nossa expansão.

Imaginar só tem uma função: colocar o sonho em prática. Apenas imaginar é não ter, não ser, um existir muito tênue e estagnado. O que só você sabe e só de sua forma ocorre (pensamento, fantasia) é tão estável e chato quanto a unanimidade.

A “consciência do não” propicia a tentativa e, com ela, diversas possibilidades de sim. Não há regra para a intensidade e a quantidade de tentativas, mas é imprescindível respeitar o espaço do(s) outro(s). Afinal, quem não quer ser respeitado?

Ironia é, mesmo sabendo o que se quer e tendo a informação de como encontrar, por causa da ética da reciprocidade, ficar inerte.

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