domingo, 17 de abril de 2011

abaяiV Cultural

Madrugada. Finalmente um vagão do metrô com lugares para sentar. Entraram, sentaram e permaneceram em silêncio ela, seu amigo e sua amiga. O cansaço era visível. Mesmo assim, bastou mudar a direção do olhar para um sorridente jovem, de pé, começar a conversa:

- Há quanto tempo, fomos colegas, lembra?

- Sim.

- indo para onde? Qual a próxima atração que você recomenda?

- indo para casa... Não sei o que te recomendar.

O rapaz que estava ao lado, tentando equilibrar-se, inclinou o corpo e intrometeu-se na conversa:

- Também tenho dúvida quanto ao melhor lugar para ir. Sou de SJC e me convenceram que programação boa, neste final de semana, só na capital. Volto no ônibus de hoje à noite, até lá não quero perder nada e, ao mesmo tempo, estou confuso com este mapa... Aproveitando, vou apresentar meu amigo, aqui do lado, que veio comigo, e apresentar-me aos futuros amigos, que estou conhecendo agora.

Ela riu e todos se apresentaram. O rapaz, então, insistiu, pois se ela ia para casa, certamente no dia seguinte iria a algum lugar, teria uma dica, não podia acreditar que ela fosse ficar o domingo sem passear. Deu certo a tentativa, ela indicou a barraca de pastel em que se encontraria com outras pessoas na tarde seguinte no exato momento em que ele saía para fazer a baldeação.

Na vida é assim, quem não comunica está se privando da surpresa da resposta do outro, pois o não já é a resposta que se tem antes de perguntar.

Nenhum comentário: