quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Vexame

Ainda estou com os braços tremendo.

Hoje teria sido "mais um dia", comemorado talvez com as descobertas feitas enquanto esperávamos a professora que estava atrasada. Contudo, ao chegar em casa, percebi que o carro estacionado ao lado da minha vaga estava diferente. Resolvi confirmar, pelo espelho do carona, o que faço automaticamente com alguma frequência - e não encherguei espaço entre as duas latarias.

O único reflexo, após baixar o vidro e confirmar a imagem crítica, foi puxar o freio de mão e desligar o motor. Não consegui raciocinar como resolveria aquela situação. Quanto mais olhava, mais angustiada ficava, os braços amolecendos e com leve tremedeira...Precisava sair dali!

Pedi ao porteiro que ligasse para o proprietário do veículo. Ele não sabia de quem era e eu precisei retornar à garagem para anotar o número da vaga e o modelo do carro. Informações anotadas e repassadas, descobri que a lista da portaria não continha a relação vaga x apartamento, mas sim apartamento x vaga. Como procurávamos exatamente o apartamento, os números e letras das vagas pareciam se repetir e eu só enchergava o relógio marcando 22:05.

Finalmente o vizinho desceu. Seu olhos arregalados ao ver a cena pareceram ainda maiores atrás das lentes que lhe corrigiam a miopia. Percebemos que ele não teria como entrar no carro. Aceitando o pedido de desculpas e demonstrando uma compreensão impensável por ter tido que sair de casa àquela hora por motivo que participação alguma tivera (o carro dele estava bem estacionado), ajudou-me a sair daquele sufoco. Não foi nem preciso manobrar; se eu não tivesse olhado pelo espelho teria estacionado normalmente. Ainda bem que nos outros dias em que "agi no automático" não arranhei lugar algum.

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