quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Utilidade Pública

Hoje fui tomar vacina para febre amarela – estou ainda torcendo para não ter a enxaqueca que tive doze anos atrás. Procedimento rápido: você entra no site do Ministério da Saúde, preenche seus dados, depois escreve tudo de novo no livro do posto e então passa para outra sala, onde sequer sente a agulha. O que demora, mesmo, é a conferência dos dados do seu documento com o que está na tela e o que está no livro. Três funcionárias para isso pareceu-me exagero. No final, não entregam mais aquela cartolina laranja, mas um papel da casa da moeda.

Curiosa que sou, após preencher a tela do Ministério da Saúde que fora indicada, apertei o “continuar” e coloquei outras informações pedidas: abriu-se uma outra janela avisando que mesmo em trânsito a vacina deveria ser tomada (alguém pensa que em ônibus, avião ou navio não tem mosquito?), depois há uma lista de sintomas que não poderiam ser negligenciados e, por fim, recomendação para ao ar livre usar calça clara comprida, vedada com fita crepe na botina e besuntada de terebentina.

Há quantos anos não ouvia esse nome! Lembro do vidro que tinha lá em casa e de seu cheiro forte. Da surpresa de haver outra utilidade além de limpar pincéis, meu pensamento voou para fato recente, do sobrinho de um amigo que, aos 7 anos, do hotel fazenda do interior de São Paulo voltou às pressas para a CTI do hospital da capital: carrapato, depois de morder capivara, se morder humano, mata. Existe cura, mas não há interesse comercial em sua comercialização.

Enquanto uma das funcionárias lia atentamente meu nome, RG etc na tela e no documento – e uma fila era formada do lado de fora, já que os outros tinham feito em casa o tal cadastramento na Internet – perguntei para as outras duas se sabiam como deveria ser a tal aplicação de terebentina na roupa. Não sabiam.

Saí de lá pensando nas fotos que vi do pantanal... acho que as pessoas usavam short e papete. Repelente serve para carrapato? Ou só para mosquito? Na Amazônia eu sei que nem blusa cotton (aquelas de algodão, justas e aparentemente grossas) impede picadas, você até anestesia depois de um tempo e para de sentir, sei disso porque lembro de ter engolido alguns mosquitos por ter parado de tampar a cara. Piranhas mordiam o anzol sem isca e mosquitos mordiam o tecido envenenado que se mexia: depois dizem que vida urbana é violenta.

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